domingo, 30 de novembro de 2014

Confissão de bêbada.

Hoje eu te procurei e você nem sabe. Sempre tive modos de te procurar que você nem magina, não é mesmo? Eu sei, eu sei, você não pode responder porque não sabe. Mas eu sempre te vejo quando sou fraca. Acontece que eu sou fraca demais e sempre te vejo.
Já estou no meu 13º copo de vodka e tudo anda meio embaçado. Inclusive eu. Desde abril. Você lembra de abril. Porque eu me lembro. E eu me lembro de tudo. Está diicil de escrever mas eu só queria dizer que tua falta machuca meu peito demais, e qualquer dia desses eu sei que não vou suportar. Décimo quarto copo e eu só queria dizer que você nunca pode reclamar da falta de amor, pois já fazem sete meses e o amor aqui nunca passa. Só aumenta.
Qualquer dia desses eu explodo de amor e de saudade por aí e você nem sabe. Lembro de to co força, espero que você nunca me esqueça porque daqui te esquecer anda difícil.

Ps: na verdade eu nunca quis (ou tentei).

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Texto n° 100.

Em noites como essa eu chego a chorar de saudades. É que toca um Cazuza na tv e eu lembro que eu nunca mais vou conseguir confundir alguma outra coxa depois das tuas coxas. Eu sempre gostei tanto delas... Eu sempre gostei tanto de ti. É que eu nunca fiz questão de me lembrar de te esquecer. Eu sei, tolice para alguns, lindo para outros, doído para mim. É que em noites como essa o meu peito aperta mais do que o normal, um caroço de feijão chegaria a ser um gigante perto dele. Se eu nunca o conheci e Cazuza já me faz uma baita falta, imagina você, meu grande amor do minha vida...
Em noites como essa eu só queria poder te mandar esses textos que faço pensando em você, e saber ao acordar que você acordou bem por lé-los. Era assim nossa rotina. Tão nossa, tão bonita. Você não sente falta? Nos dias de hoje chego a duvidar se por ti, te foi amor. Queria te odiar por isso mas a verdade é que isso já não importa. Naquele colar que eu lhe dei continha muito mais que apenas um colar com uma história (você lembra?): minha metade taí também e como na história, eu só te dei porque te escolhei, escolhi por te amar. E já não me importa se você me amou de volta ou não, pois eu amei você e não o amor que você sentia ou pudesse vir a sentir por mim. Eu só te amo sem esperar que me ameace volta. Mas o que será que você sentes agora? Porque o que você já sentiu eu já desisti de tentar saber e já não importa, ainda que eu queira saber - confesso. Mas em noites como essa, eu só queria ter a minha outra metade comigo: você. Meu talismã.
E aí, o que você anda fazendo com a minha outra metade????

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Rock'n'roll baby.

Certo dia eu acordei e decidi deixar você de lado. Nem que fosse só por um dia, nem que fosse só por hoje. Certo dia eu acordei e decidi não deixar a dor me consumir, eu decidi ir viver.
É um dia nublado e eu estou no banco de uma praça qualquer mexendo a cabeça e os pés conforme a música que o cara aqui do lado está tocando atrás de alguns trocados. 1975. Caminho pela cidade cinza sentindo o vento frio no rosto. Paro em alguns bares, bebo algumas doses e deixo o desamor por lá mesmo. A cabeça gira e é tão mais fácil sorrir agora e sorrir é tão bom! Me sinto ligada do 505 volts. E continuo andando. Então eu corro. Corro para todos os lugares e para lugar nenhum. Corro para onde der, gritando e sorrindo sem me importar em escutar o que as pessoas ao redor estão à falar. Então eu paro e tomo fôlego. Recomeço a caminhada. Já está escurecendo e entre esquinas e vielas paro em uma onde há uma fila enorme para o show de uma banda de rock qualquer. Tipo o cenário de um livro que eu já li, e decido me misturar nela. Várias pessoas vestindo preto da cabeça aos pés estão ali e eu sou uma delas. Me abraçam como a um irmão e me convidam para cantar. Me junto a eles e cantamos, sorrimos uns para os outros mesmo sendo estranhos, passamos garrafas de cerveja de mão-em-mão, de boca-em-boca e gritamos: "VIVA AO ROCK'N'ROLL. É ROCK'N'ROLL BABY".
Larguei em casa o blues que cantava todo dia a minha dor e saí por aí. Não pensei em nada além de deixar a dor por um momento e tentar ser feliz, me sentir feliz. Só por hoje. Nem que seja só por hoje... e eu só fui indo onde a vida me levou. E ela me trouxe até aqui: no meio de um bando de estranhos que me fizeram sorri de novo. Descobri que a felicidade está nos pequenos momentos que ninguém vê e eu decidi abrir os olhos para enxergá-la. E cá estou eu, aproveitando-aporque a vida baby, a vida é rock'n'roll...

domingo, 23 de novembro de 2014

We are electric.

Bati na tua porta com meu sorriso mais convidativo e você disse "entra". Me levou até a sua sala de estar enquanto uma música está tocando no rádio. É do cd novo de uma das minha bandas preferidas e eu te digo isso. Você aumenta o som e nós começamos a nos divertir.
Seu cabelo está preso em um rabo de cavalo, uma blusa branca por dentro de um short azul escuro, seus pés estão descalços e você dança na ponta deles. Às vezes você gira. Numa mão você segura uma taça de vinho e na outra um cigarro. Seus olhos estão fechados. Você sorri fazendo bico. E dança. Nunca ouviu essa banda mas gosta da sensação de liberdade que a música dela lhe dá, e então me puxa para dançar também. E nós dançamos. Sentimos a música nos conduzir como ela bem quiser. Nós estamos elétricos e sorrimos. Podemos fazer o que bem entendermos: viraremos estrelas, beijaremos a lua e voaremos pela cidade escura. Você bebe vinho. Eu trago o teu cigarro. Nós estamos elétricos e eu beijo sua boca com gosto de vinho. Durrabamos coisas da estante, nossas mentes giram e caímos. Estamos em baixo, no chão. Sorrimos, rimos, gargalhamos, você beija a minha boca com gosto de cigarro. Você monta em cima de mim e tira a minha jaqueta de couro preta. Eu tiro sua blusa branca e mais beijos com gosto de cigarro e vinho acontecem. A música não para, nós não paramos, estamos elétricos e elétricos nós nos amamos.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Quando eu esquecer você

Quando eu esquecer você, eu vou esquecer como são os dias de sol. Quando eu esquecer você eu vou esquecer como é tomar banho de chuva. Quando eu esquecer você, vou esquecer como é o brilho das estrelas. Quando eu esquecer você, vou esquecer que o homem já pisou na lua. Quando eu esquecer você eu vou esquecer como são os discos de Caetano e de Jobim. Quando eu esquecer você vou esquecer das boates e dos botequins. Quando eu esquecer você, eu vou esquecer como é cantar alto no chuveiro. Quando eu esquecer você, vou esquecer o cheiro de terra molhada. Quando eu esquecer você, vou esquecer como é comer a minha fruta favorita. Quando eu esquecer você, vou esquecer como é me sentir tão perdida. Quando eu esquecer você, vou esquecer das nossas roupas descoladas. Quando eu esquecer você, vou esquecer como é dormir todo dia de madrugada. Quando eu esquecer você, vou esquecer de querer ser tão livre. Quando eu esquecer você, vou esquecer de chorar. Quando eu esquecer de você, vou esquecer de lembrar. Quando eu esquecer você, vou esquecer de sorrir. Quando eu esquecer você, vou esquecer de sonhar. Quando eu esquecer você, vou esquecer das flores, das cores e dos sons. Quando eu esquecer você, vou me esquecer como é amar. Quando eu esquecer você, eu vou esquecer de mim...

Continua sendo sobre você.

Feche os olhos. Escute o vento lhe dizer "estou te esperando" com um "sinto sua falta" escondido. É uma risada sem motivo só porque eu sei que você gostava de escutar. Uma cerveja gelada todo fim de sexta-feira - ou todo dia da semana, não importa - e assistir aquele filme que cê gostava, o teu preferido. Talvez eu seja o teu eterno Tom. Teu perfume ta rondando pela casa e aquele disco do Cazuza ta tocando na vitrola: "o tempo não para" ele diz, mas parece que pra mim ele parou no dia em que te conheci. É um sorriso sincero e triste por sentir a sua falta. A falta é a morte da esperança e a minha já se deu. Talvez eu seja tão egoísta e por isso eu te ame. Talvez eu apenas te ame pelo o que tu és e tu não vê. Um dia descobriremos, só espero que não seja num tempo chamado Tarde Demais. Já é tarde demais pra você? Para mim só se for para desistir. É sempre tarde demais para se desistir. Não desista mais meu amor. Trago desesperadamente esses maços de cigarros como se eu estivesse tragando você, e as cinzas eu deixo voar. Eu sempre quis que você voasse alto, espero que você saiba, e tudo o que eu fiz foi pra tentar te mostrar que eu não nunca quis ser livre sozinha. Queria ter tuas mãos por perto ao decolar pelo precipício. Nunca quis ser fora dia lei sozinha também. Queria viver aventuras e desventuras contigo. Eu só queria estar sempre contigo.
Te escrevo coisas que não te mando, que não te mostro, que você  talvez nunca irá ler. A nossa história cheia de talvezes. E não são as dúvidas que dia-após-dia me consomem e sim algumas faltas de certeza. E sim, também são coisas diferentes. Mas já não há tempo para explicações não é mesmo? Já somos adultos, leões ferozes largados no meio dessa selvajaria que é o mundo. Temos que correr ainda que não saibamos ao certo o caminho a se seguir. É preciso chegar em algum lugar. Também to tentando. Mas o fato é que no meio do caminho eu avistei um passarinho, e lhe dei um bilhetinho azul para ele te entregar. E nele diz: Eu te amo. Sem explicações, dúvidas, liberdade ou egoísmo. Sem nada. Eu Te Amo e só isso. Ou isso tudo. Sinto sua falta.
E ainda que você voe para mais longe nessa tua liberdade toda liberta, caso queira um lar para o qual voltar, tens um peito sempre aqui a te esperar. Se cuida. Ou então volta pra cá.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Lembrando e pensando.

Já faz algum tempo mas eu ainda me lembro de você escrever: "Quem sabe um dia eu não consiga vomitar tudo isso que você significa pra mim." Eu me pergunto se esse dia irá chegar. O que eu fui pra você? Ainda sou algo? Espero te encontrar algum dia, num esbarrão qualquer na rua, sentar numa mesa de bar e ouvir as respostas. Quem sabe... Aposto que depois de tanto tempo vai ser bom ouvir tua voz de novo. Agora o vento está soprando lá fora e aqui de cima do décimo oitavo andar da pra ver os pontos luminosos dos potes de luz, os poucos carros passando nas ruas e as nuvens encobrindo a lua. O mesmo décimo oitavo andar em que eu recebi tua ligação às duas da manhã, ou mais, só pra ouvir minha voz e chorar. Naquela noite eu não dormi sabia? Doeu não foi? É, o término sempre dói.
Ainda lembro das palavras seguintes também: "Quem sabe o álcool não anula as minhas correntes sanguíneas e faz com que você pare de circular dentro de mim." Parece que agora você está imune. Teu tão aclamado dia chegou. Tudo bem. Às vezes por mais que queiramos insistir, só o que podemos fazer é dar de ombros, sorrir triste e seguir. A gente tentou, talvez não da forma certa, talvez nem o suficiente, mas a gente tentou. Pelo menos eu tentei.
Eu só tinha amor pra dar mas infelizmente amor não é tudo, foi o que aprendi. Larguei o emprego, bebo mais e faço muito mais burrada agora, enquanto você tem todo um futuro pela frente. E brilhante, eu sei. Talvez eu não seja mesmo o melhor pra ti, já que eu nem sei o que fazer com a minha vida. Mas ainda assim toda vez que estou nesse mesmo décimo oitavo andar, (e outras vezes também) e sinto o mesmo vento frio que passa por ti no rosto alguma coisinha me faz pensar: "Como será que a gente estaria? A gente podia ter sido feliz." E ai eu lembro de que fomos, no nosso pequeno espaço de tempo, mas fomos. Pelo menos eu fui, a única vez que tive meu coração em paz foi o tempo que passei com você. Então eu balanço a cabeça e suspiro, é que a minha cabeça foi feita pra sonhar - outras palavras tuas que eu não esqueço.
Eu comecei esse texto pra dizer uma coisa e já falei mil e uma outras, é que você sempre me dá o que falar. E pensar. E sentir. E querer. Tá vendo? To eu aqui divagando de novo! É que eu to feliz por você, e triste por mim porque eu sei que agora sim é o fim, pra mim. Espero que um dia você consiga vomitar o que significo pra ti, eu gostaria muito de saber, mas até lá, eu vou ficar te mandando amor e pensando "como você me dói vezenquando..." Agora uma dor boa, - se é que isso existe - uma dor de quem sente falta de algo que não vai voltar.
Voa minha menina, voa que o mundo é teu.
Sinto sua falta mas agora eu sei: é preciso seguir.