quinta-feira, 23 de julho de 2015

Jardinagem depois do ultimo alguém.

Eu to cansada de pessoas que chegam e vão embora, que plantam sua sementinha da saudade que sempre acaba virando uma árvore gigante dentro de mim. Eu estou cansada de ter que procurar sempre mais espaço no baú das minhas lembranças para separar só o que foi bom e jogar lá, e ficar fuçando sempre que o coração apertar. E ele apertar tanto... Eu não posso mais permitir alguém chegar e me tirar de mim de novo e se apossar do meu ser. Eu não quero mais ter que lembrar nomes, não quero mais recordar cheiros nem como eram aqueles olhos, eu não quero ter uma nova sementinha se tornando mais uma enorme árvore da saudade, enquanto as outras ainda nem se quer pararam de dar frutos. Não quero ter que regar mais nada com minhas lembranças, nem com as minhas lágrimas, porque vai ver eu é que sou o fruto de uma árvore. Mas sugaram todo o meu suco e minhas cascas já estão despedaçadas. Eu simplesmente não aguento mais ser esse fruto-podre e eu não posso mais deixar ninguém tentar me replantar.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Contando um Conto.

A casa ficou vazia, os móveis no mesmo lugar, o sótão cheio de quinquilharias, as partículas de poeira voando por todo lugar. Eu fiquei parada ali, verificando, constatando, analisando a calmaria inértica, vazia, que ficou a minha vida e minha casa sem você. Fiquei ali só escutando o silêncio, o som do ventilador vindo de algum lugar, pois o som que sai dos ventiladores também é silêncio. Silêncio comprado nas lojas.
Não sei por quanto tempo fiquei ali, aqui, acolá, mas  percebi que a minha sala fica tão assustadoramente grande sem você. Minha solidão também. Mas tudo bem, ninguém errou. Não há pecados. A gente tentou tentar. Não deu muito certo. Acontece.
Demos "stop" na dança da vida e decidimos sentar do lado de cá nesse banco no canto da vida. Observando as partículas de poeira e as pessoas bailando por todo lugar. Talvez haja muito para falar ou talvez não haja tanto assim para dizer e o que há eu tô guardando pra dizer depois, porque eu sei que a gente ainda se encontra. Se encontra em algum lugar onde todo mundo se vê. Sei lá.
Tá um silêncio enorme nessa escuridão lá fora e aqui dentro, ainda não sei se esse silêncio é bom ou não mas com certeza ele tem muito a dizer.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

?

Um gole de uísque, noite adentro pela solidão. Quanta pretensão acharmos que daríamos em algum lugar quando podemos acabar indo para lugar nenhum. Vozes distantes cantarolam a canção da noite e as luzes dos postes nas ruas iluminam as cidades. No sopro do vento se pode ouvir o som que o peso da vida faz sobre os nossos ombros. Não vivemos de escombros e pulamos alguns assombros. Corações se enchem e se quebram facilmente, cabeças viajam e se perdem no precipício que é a mente. Uns dançam sem música e outros fazem de todos os sons a sua música. O dia nasce cinza mas por trás de toda nuvem sempre tem um céu azul. Eu posso ver o lado bom e ruim de tudo. E você, como enxerga o mundo?

sábado, 4 de julho de 2015

Desabafo após uma nova bebedeira.

Talvez eu tenha abusado da bebida, talvez as coisas estejam sendo vistas multiplicadas por dois, talvez as lágrimas estejam querendo cair, talvez seja só apego, talvez só seja afeto, talvez eu só te queira por perto, talvez. Muitos talvezes. Muitos achares. Poucas certezas. Do que você tem certeza menina?
Eu tenho certeza da falta que teus olhos verdes fazem para mim e menina, por favor, nunca mais se afaste de mim, já que eu me assusto muito toda vez que você se afasta assim. Será que você vê que parte de mim é só uma menina que quer te ter por perto demais? Por cima das árvores ou embolada nas nuvens dando asas as minhas próprias ilusões e será amor, que você foi uma ilusão? Me ponha de volta ao chão porque dói meu bem, ser deixada assim. De novo.
Again and again e acima dos prédios eu posso ver alguém que me sorri tão pouco, e me diz sem muitas palavras que eu não tenho o que saber, eu fecho os olhos e suspiro então o que já é difícil demais de respirar e prendo a dor assim. Como se a falta de coragem e apego fossem fazer de mim algo bom.
Talvez você nem saiba, mas teu egoísmo e tua falta tem sido a minha nova ruína e em cada esquina que eu cruzo, estão fechados os portões.

Saudade.