quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

clichê amargurado.

que clichê esse meu sonho acordada de que algum dia alguém me veja por dentro e note por fora, que decida que valho alguma música para se dedicar, um filme para se ver junto, um livro que pudesse escrever. que clichê imaginar danças pela chuva sem ligar para a roupa que vai molhar, risadas pelos dias ensolarados no parque da cidade, pelos segredos trocados quando mais ninguém podia ver. que clichê imaginar que algum dia alguém perdido por aí fosse notar quem eu sou. é difícil imaginar alguém disposto a enxergar, quem dirá sentir, ninguém está preparado para esse show. que clichê imaginar que um dia estaremos todos bem demais para sermos tudo aquilo que lemos em páginas amareladas dos livros clichês e que clichê imaginar que algum dia eu vou encontrar alguém para isso tudo dividir em qualquer passo que dou.
que clichê amargurado sou..

emaranhados.

eu sou um emaranhado de palavras
um emaranhado de cabelos ao vento, desgrenhados
um emaranhado de pensamentos desconexos que se cruzam o tempo todo,
passando então a fazer algum sentido

eu sou um emaranhado de tempo perdido
um emaranhado de ilusões descabidas
um emaranhado de sentimentos de alguém  que passa sempre despercebida
e acaba sempre ficando perdida

eu sou um emaranhado de coisas que queria dizer e que acabam ficando por aqui
eu sou um emaranhado de lugares que ninguém quer ir
eu sou um emaranhado de músicas que ninguém mais ouve
eu sou um emaranhado de coisas que ninguém sabe o que houve

eu sou um emaranhado bagunçado
de coisas que tento descrever
e então vejo,
que não sou capaz de dizer.