quarta-feira, 17 de novembro de 2021

futura queda.

 meia, meia, bota, bota, pé depois de pé e a sensação de que a queda tá logo ali ecoando como o sensor aranha avisando do perigo. mas mesmo assim a gente sai de casa com o peito cheio de esperança de sei-lá-o-quê, torcendo para que seja só mais um engano da nossa cabeça e coração, que desiludidos e cansados de nadar contra a maré tentam nos sabotar para tropeçarmos pelo caminho, já que como numa frase clichê, um joelho ralado dói menos que um coração quebrado. e o que são os cuidados? o que é a intuição tentando nos dizer? o que são as caraminholas na cabeça tentando nos sabotar? eu já não saberia dizer.

talvez o problema seja eu, que vejo romance em cada esquina que encontro, que espero que olhos de afeto me fotografem com o carinho que só quem admira muito alguém pode ter, que espero que minha companhia seja almejada pelos dias todos os dias. mas nunca há esse alguém. provavelmente nunca haverá. talvez eu tenha lido romances demais na vida e esqueci o gosto amargo que a realidade tem. talvez eu não seja desse mundo, talvez eu já tenha nascido quebrada, como um relógio antigo que perdeu uma peça importante mas ainda assim tenta marcar as horas do dia. talvez vocês não saibam nada. talvez vocês saibam de tudo o que eu não sei.


mas o que eu sei é que a queda tá logo ali. provavelmente irei me jogar.


enterrem-me.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

lost cause.

eu queria tanto não me importar, não precisar fingir, não ligar.
queria saber mais de você
ao invés de ter que te esquecer.
queria seguir pelas ruas, pelos bares
desvendar cada beco escondido da cidade,
com você ao meu lado.
seria mais fácil sorrir, 
a gente se entende tão bem quando você está aqui
e faz tempo que você não está.
não sei porque ainda guardo seu lugar em mim
mas não é como se fosse voluntário
que grande boba poética sou por gostar de você, não?
às vezes acho que amar no fim é sempre em vão.

eu queria que você não quisesse me esquecer,
queria que houvesse qualquer coisa que eu pudesse fazer
mas quando as luzes se apagam e tudo o que fica é o breu do que um dia já foi,
não há mais nada que se possa fazer além de ir.
o problema é que eu queria tanto ficar.

talvez um dia seu telefone sinta saudade de me ligar, 
até lá apago seu nome, seu número, não vejo mais seu rosto
por mais que ele seja a obra de arte que eu mais gostaria de olhar.
e por mais que ainda haja tanta coisa que eu poderia fazer,
lutar por dois às vezes é vão
e por mais que me doa, 
aprendi que você é causa perdida em meu coração.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

das coisas que deveriam te mostrar, essa é uma delas.

Eu tenho escrito um bocado sobre você. E sentido também. E pensado. Tenho feito tanta coisa sobre você que me pergunto em qual será que foi o momento em que você se entrelaçou em mim, confesso que nem percebi e quando finalmente o fiz, já estava amarrada em nós tão bem dados que nem o melhor dos marinheiros conseguiria desatá-los. Agora mesmo acabei de ser atingida por uma pequena horda de lembranças. Algumas que insistem em me visitar vez em quando, outras que eu não já nem lembrava mais. E agora eu não sei o que fazer com elas, acho que por isso resolvi te escrever. De novo. Pra variar.
Talvez eu devesse começar falando sobre como é doloroso ver em que pé estamos hoje em dia em horas como essa, em que sou atingida pela lembrança da maneira que você olhava pra mim. Talvez case bem com a música do novo fenômeno do Brasil: “o teu jeito de olhar me beijava a noite inteira e eu já nem sabia como te deixar.” Porque era exatamente assim que eu me sentia toda vez que você me olhava daquela maneira, com olhos brilhando, sorriso no rosto, com olhos de amor. Eu juro que sentia meu coração ir ao estômago e de repente nenhum órgão dentro do meu corpo parecia estar no lugar. Eu me sentia beijada. E amada. E naqueles milésimos de segundos, completa. Era difícil conseguir segurar o sorriso naqueles dias. E é doloroso ver em que pé estamos hoje em dia. Eu sei, eu sei meu bem, não se deve cobrar afeto de ninguém e eu nem te cobro! Mas é que dói sabe? Dói ver cada vez que você desperdiça sorrisos com quem não sabe apreciar a forma que sua boca abre despretensiosamente quando dá um sorriso de verdade ou quando desperdiça seu tempo com quem não sabe a sorte que é quando você está ali, logo ao lado. Dói ver a forma como não sabem apreciar quando é tão raro ter o teu gostar. Dói ver a forma como você se desperdiça em amores que não valem o seu tempo, seu esforço, seu sentimento, o seu importar. Dói te ver sempre assim, não parando quieta em algum lugar porque está ocupada demais tentando não ficar presa dentro de si porque chegou num ponto onde você gostaria de estar em qualquer lugar que não fosse em ti porque dói demais aí também e dói demais me preocupar com isso todo dia. Dói você no fundo não perceber que merece mais.
Você merece o aconchego de dividir a cama e um cafuné sem ter que se preocupar com nada porque a vida – pra variar um pouco – anda tranquila demais. Merece alguém que enxergue seus desejos e sonhos e que em cada um deles esteja ali para te impulsionar, e quando você cair, se jogue no chão e se levante junto com você. Merece noites de bebedeiras desenfreadas com diversão descontrolada porque você só quer isso: ser tão livre e feliz ao ponto de sentir em cada átomo da sua pele como é ser completa. E transbordar. E dói mais ainda saber que eu podia te dar tudo isso. Ou pelo menos tentar. Mas nem tudo é recíproco e em dias como esse, onde as lembranças vem me visitar é que eu tenho que aprender a lidar com tudo o que eu sinto por você dentro de mim, porque amor é ser e deixar ser, e eu quero te ver voar livre e solta por aí, com teus cabelos ruivos ao vento. Porque amar é isso, querer ver a pessoa livre e torcer para que ela queira ser livre junto com você. E eu torço muito. O tempo todo.

setembro, 2021.

eu tenho me sentido sufocada. sei que devo agir, correr por mais do que tenho, mas me sinto presa com cordas em meu pescoço. queria que o mundo não estivesse sobre meus pés porque às vezes a gente só quer se deixar cair, pois talvez o chão seja mais confortável do que essa sensação de sempre estar andando em corda bamba, podendo cair do precipício a qualquer momento.
talvez as bocas que me amaldiçoam estejam certas, talvez eu nem deveria estar aqui, talvez eu seja apenas mais um erro na matrix do mundo, um cálculo de algo magnífico que deu errado. mas agora estou aqui e eu não sei que caminho seguir. a vida tem me paralizado, os dedos tem me sido apontados, as bocas cospem em minha cara e ainda que todos estejam certos, não vejo ninguém ao redor que me estenda a mão.

e porque estenderiam?

respirar tem sido cada vez mais difícil e ainda que eu precise de aparelhos, preciso aprender a sobreviver sozinha nessa multidão deserta que me encontro, pois por mais que tenha tanta gente ao redor, eu nunca fui tão sozinha assim. 

se é se perdendo que se acha, que horas eu vou me encontrar?

domingo, 5 de setembro de 2021

R.

depois daquele diário inventado onde eu fiz um mundo nosso que não podia existir, acho que eu nunca te escrevi nada. e agora ouvindo uma música que me lembra você, é doce o sorriso que surge em meu rosto e as lembranças que povoam a minha mente. não que tenha sido mentira, longe disso aliás, mas aquele tempo soa como mentirinhas bobas contadas ao pé do ouvido, aquelas em que a gente conta porque quer acreditar que tudo aquilo vai dar certo. e eu acho que foi assim que tudo começou.
eu criei um corpo, uma imagem para me camuflar e poder aparecer. mas você apareceu também. de um jeito que eu nem imaginava você surgiu e pergunta por pergunta eu quis que desse certo. mas você não podia saber e assim, desde sempre tudo estava fadado ao fracasso. mas eu ainda lembro das histórias contadas, das horas passadas no telefone, da raiva que eu sentia ao ouvir você me falar de quem podia te ter tão perto e insistia em estragar tudo. lembro do seu encantamento, da gente olhar a mesma lua brilhante como algum tipo de conforto. do jeito em que eu nunca quis te magoar mas insistia em não te largar. lembro de doces frases sendo ditas e daquela música com esse nome também, lembro dos ciúmes e da confusão que foi me revelar. pra você, pra ela, pra mim, pro mundo.

não sei se algo de mal eu causei mas te peço perdão. e eu não me arrependo. não me arrependo de esbarrar o meu caminho no teu. ainda que nossas músicas sejam diferentes, ainda que os milhares de quilometros façam a distância entre nós, ainda que nada seja mais o mesmo, ainda que no tempo não dê pra voltar, apesar de nunca o tê-lo visto, não me arrependo de saber que a lua não seria a mesma sem o teu olhar.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

mesmo que você não mereça.

hoje eu acordei sentindo falta de você, com um vazio no peito onde costumava ficar o seu nome. não que ele tenha ido embora, não que esse lugar não te pertença mais, mas parece que há anos não a vejo, que não ouço falar de ti, parece que o tempo voou e nos levou embora para caminhos longos e distintos. e só tem um dia que eu não te vejo.
hoje eu acordei com o dia cinza e geralmente eu costumo gostar de dias assim mas hoje como numa frase clichê de música, parece que é apenas um reflexo do estado do meu corpo. e alma. e (principalmente) coração.
tem um dia que eu não te vejo e o peso das palavras que me foram jogadas no colo como garrafas jogadas ao mar, envenenaram minha alma. não sei mais como agir, lidar e te amar. mas sigo amando. mesmo que você não peça, mesmo que você não mereça, mesmo que o tempo brinque conosco como duas marionetes do seu show particular.
não sei qual será o próximo ato desse show mas ainda que o peso da âncora que jogaste em meu coração esteja enferrujando e tenha começado a levemente querer se soltar, sigo te amando. ainda que você não peça, ainda que você não mereça. só não sei até quando. até lá, mesmo me partindo em mil, lhe deixarei no cais e vou tentar seguir me amando.

segunda-feira, 5 de julho de 2021

seja minha!

são mais de duas da manhã e eu estou acordada pensando nas coisas que eu gostaria de fazer com você, te devorar da cabeça aos pés ainda me parece pouco para dizer. queria sugar cada gota de sanidade do seu corpo, te levar a beira do precipício só para poder ser eu quem jogasse a corda para te salvar. queria beber cada partícula do seu corpo e ainda seria pouco para matar a sede que tenho de você. quero sua carne, sua alma, seu suor, quero sentir suas entranhas pulsarem enquanto clamam por um pouco mais de mim. da minha pele, do meu suor, da minha boca, das minhas mãos. quero fazer do seu corpo o meu mapa pessoal para a caça ao tesouro do teu prazer. quero ficar sem palavras, sem força, sem ar. quero te enlouquecer enquanto me perco no meio do mar que se encontra entre as suas pernas e sugar toda a vida que você quiser me dar. e mais, porque eu quero mais, muito mais de você…

quero te fazer minha: aqui, agora, aonde você quiser mas já! pra ontem! eu quero te fazer minha: louca, sã, embriagada, sóbria, enebriada, hoje e amanhã. sempre. quero fazer das tuas curvas o meu parque de diversões pessoal e nele me perder no glorioso prazer do teu caos…

te clamo: sejas minha, porque eu já sou desesperadamente sua.

segunda-feira, 28 de junho de 2021

 


hoje eu acordei me sentindo a maior otaria do mundo. você tem esse dom de me fazer sentir como se todas as coisas do mundo fossem possíveis, e logo depois, como se fosse o oitavo pecado capital te amar. aparentemente ainda que eu não tenha feito muito ao seu ver, fiz tudo o que pude: gritei aos quatro ventos dos teus olhos e ouvidos que quero uma vida com você, que meu peito enche de amor só em pensar em ter você e tudo o que recebi foram os teus silêncios. e eu já não sei mais interpretar os teus silêncios. será que não estamos mais em sintonia? ou o medo te cegou demais? 

ainda que não tenha sido a minha intenção, ainda que tudo o que fiz foi para proteger tua alma e coração, eu quero dizer que sinto muito. eu sinto tanto… porque se não fores mais capaz de me olhar e acreditar que eu quero pegar a sua mão para nunca mais soltar e ter o mundo com você, te digo que já eu, que já te disse que se os olhos são a janela da alma, só queria uma chance de poder pular no precipício sem fim que são os seus.


e tudo o que peço a noite antes de dormir, é que você quisesse pular nos meus também.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

tentativas de te falar...

já perdi quantas vezes eu disse que seria a última vez que eu iria te ver,
já perdi as contas de quantas vezes eu já quis te esquecer
já não sei quantas vezes eu rezei pra você me querer, da mesma forma louca e descompassada que eu quero você
já desejei mil vezes poder voltar no tempo e não ver você escapar por entre as minhas mãos,
por diversas vezes pensei que iria sufocar com todo o sentimento que sinto em meu coração
e eu já não sei mais para onde ir ou o que fazer com tudo o que sinto em meu peito,
parece que vou explodir em mil e um pedaços de você e eu por aí como ainda não tinha feito.

talvez eu devesse levar flores,
talvez eu devesse te comparar com o mar,
talvez eu devesse pedir uma oportunidade pra amar,
assim de perto, colado, segurando a sua mão e gritando pro mundo que é você que faz meu peito pular,
a cabeça ir ao pé, desejando ser pra você o que você quiser.
talvez eu devesse te escrever uma carta de amor,
destrancafiar os pássaros que há em meu peito toda vez que teu nome é mencionado,
talvez eu devesse virar a página mas me pergunto como, já que sobre você já tenho dez livros prontos.

talvez eu devesse deixar pra lá mas como deixar pra lá se tudo o que eu quero é transbordar a imensidão que você causou em meu peito?
imensidão de amor, de afeto, de vontade de querer estar, de te fazer sorrir e quando chorar estar ali para te abraçar, de querer que me olhe com olhos de amor, de ser pra você tudo o que você é pra mim.
e não há palavras que eu possa colocar para explicar o quanto você significa,
talvez essa seja mais uma tentativa...
queria ser tão boa com as palavras como você aparenta ser, mas toda vez que eu tento tua imensidão de lembranças dá curto circuito em mim
e talvez, só um beijo teu possa me salvar...

terça-feira, 1 de junho de 2021

você é um vício que eu não consigo largar.

 eu não sei o que fazer em relação a você. não sei se olho pra frente, não sei se olho pra trás, não sei se sigo em frente e mato de vez esse amor ou se escolho permanecer na ilusão mascarada de esperanças de que um dia ainda há de termos a nossa chance. uma chance definitiva de viver tudo o que poderíamos ser. e nós poderíamos ser tudo...
me sinto numa encruzilhada sufocante esperando que você me olhe da mesma maneira que eu olho para você, que você deseje falar comigo a todo minuto pois quer compartilhar seu mundo comigo, que seja eu quem você você confia tanto ao ponto de deixar esse mesmo mundo todo em minhas mãos assim como eu fiz com o meu, deixando nas suas. espero cinco, dez, quinze minutos que então se tornam horas e nem no arrastar dos dias a hora em que você volte a me enxergar chega. então não, eu não sei o que fazer...
queria não esperar tanto de você quando você já me deu todos os sinais, queria me fechar para balanço e buscar reabilitação dessa droga que tem me viciado há tantos anos mas você é um vício que eu não consigo largar... não consigo não me preocupar quando não toma conta da sua saúde como deveria, não consigo não me importar quando vejo dor mascarada em suas palavras ou atitudes, não consigo querer dividir cada minuto dos meus dias com você, não consigo não desejar poder voltar ao passado onde pudéssemos viver diferente e viver todas as coisas que eu queria poder viver com você. mas éramos jovens demais, inocentes demais, machucadas demais para viver ainda, então o tempo passou, confusões causaram tanto e dia após dia, briga após briga, desilução após desilução eu ainda estou aqui implorando ao destino qualquer sinal que indique aonde esse barco desse hábito que não consigo quebrar vai me levar, pois você, agarrou-se nos braços de outro alguém enquanto eu naufrago sem saber nadar em um amor que achei que era tão fundo e intenso como o oceano mas que ao que parece, é mais raso do que podíamos imaginar.
e eu imaginei o mundo com você...

quarta-feira, 26 de maio de 2021

eu queria não gostar de você.

eu queria não gostar de você.
queria te olhar e nao sentir meu estômago revirar como se estivesse em uma montanha russa, queria não desejar que eu fosse a pessoa que você mais quer falar durante o dia, queria não querer que eu fosse a pessoa que passa o dia inteiro na sua cabeça, queria não esperar que você deseje meu abraço como eu desejo o seu, queria não imaginar você amando outras pessoas que não seja eu, queria não sentir que estou pisando em ovos com você quando tudo o que eu quero é gritar meus sentimentos mais sinceros, queria não querer que você me dê qualquer sinal de que ainda podemos tentar apostar nossa última ficha no cassino do amor, queria não sentir que sou apenas mais uma qualquer que passou em sua vida, mais uma em sua lista de contatos. queria te olhar e não desejar que você queira me beijar tanto quanto eu desejo te beijar também, queria não passar horas do meu dia desejando falar com você, queria não querer ser quem você deseja ter por perto para escapar quando o mundo anda pesado demais, queria não desejar ser quem você quer deitar a cabeça no peito e desabafar todas as tuas angústias ou o silêncio de apenas ser e deixar ser, queria não passar horas imaginando em minha cabeça mil e uma cenas de amor que poderíamos viver. queria não colocar meu mundo inteiro em suas mãos como se você pudesse e quisesse segurá-lo. queria não passar anos da minha vida querendo todas essas coisas mas acima de tudo, queria não gostar de você, quem sabe assim eu pudesse enfim voltar a viver sem sentir todo o amor do mundo sem que ninguém possa saber...

domingo, 2 de maio de 2021

queria ter para onde ir

queria ter para onde ir, fugir, correr para outra galáxia onde eu pudesse gritar. gritar a plenos pulmões o peso que é carregar seu mundo nas costas. mundo esse que ao ver de outros até pode parecer fácil, frágil, quase nada, besteira sem preocupação, mas só você sabe o caos e o furacão de ser você. e sentir o que você sente. é como um córrego de um rio desenfreado, buscando a toda e com toda a força seu ponto de partida e de chegada, seu lugar no mundo. linhas e entrelinhas se embaraçam feito o fio da navalha que sempre é apontada para a sua garganta. tem sempre uma guilhotina lhe esperando na esquina e mesmo que aos tropeços você consiga desviar, há tiros a queima roupa esperando para te pegar. viver é brusco, um risco e tem sido um inferno esses dias.

queria poder ser, gritar, chorar, fugir...

segunda-feira, 8 de março de 2021

cometa solitário.

sou um cometa viajando sozinho pela galáxia,
observando solitário as estrelas em suas contelações abraçadas
caminhando lentamente com toda a minha força, com todo o meu fogo,
me sentir acolhido assim e não com socos.
às vezes por milésimos de segundos,
às vezes por séculos,
olhando tudo ao meu redor,
procurando encontrar soluções que humanos veem nos livros
para matar o aperto em meu peito quente.
vaguei por planetas, encontrei asteróides, vi até humanoides contemplando a lua,
por diversas vezes querendo fazê-la sua.
mas tudo o que encontrei foram mais bolas de neve e gelo
vagando distantes mas nunca perto de mim
transformando meu coração em rocha assim.
sou um cometa vagando por aí solitário
que de tanto andar e tanto ver,
aprendeu que na vida tem coisas tão lindas
mas também que por mais que a gente queira,
há cenários que não podem serem mudados.