quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

I wasting my time.

Está me matando todas as coisas que eu tenho que fazer e não faço, eu estou perdendo tempo com essas pessoas e eu sou como fogo de gasolina baby, queimando por um ideal. Todo mundo sabe o jogo que joga e eu estou fazendo tudo girar novamente. Hoje, amanhã, algum dia, sigo o meu sonho enquanto ele não me segue. A vida comanda e ela ganha de novo mas hoje eu só quero mais um dia, amanhã mais um outro, assim por diante. Eu estou morrendo, queimando meus dias como nada e isso me dói. Minha pequena pílula de felicidade, aonde você se encontra? Me pegue firme dirija meus olhos, minhas mãos e minha pele, me leve para casa e mantenha minha mente sã, faça diferente, aqueça os papéis do meu coração e deixe as fotos de abril voarem com o outono, sabemos a quem pertencemos não se esqueça disso. Tudo que era azul virando cinza, ainda estou tentando me lembrar dos tempos bons, de como era ser só mais uma menina. Há uma batida psicodélica adormecida em meu coração, talvez ela possa acordar em um fim de semana qualquer, vamos balançar e quebrar para tentar. Há tanto em mim que nem eu consigo ver, adormeci e não vejo quem possa ser capaz de me acordar, talvez um dia nós voltemos a saber como é amar.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Ampulheta.

Areia movediça,
Fumaça que me embaça
Céu azul distante, minha sala de cinema.
Cansaço, fracasso, me despedaço.

Onde estão meus outros pedaços?

Vinte e um invernos,
Mais um ano que se passa
Outra folha em branco a ser rabiscada
Mais um tempo perdido.

O que fazer com o que já foi vivido?

Querido ninguém,
É desgraçado o tempo que se passa em minha cabeça
E não há lugar pior para se viver do que em si mesma
Quando já não se sabe o que esperar mas continua esperando alguma coisa.

Ainda que você não saiba o quê.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

MF, MB2.

Eu já cansei de me perguntar: e se?
E se a gente tivesse outra chance, se desse outra chance, se permitisse outra chance de ser qualquer coisa que fosse a mais especial, como a que a gente já teve antes,
Como é que ficaríamos agora?

Eu sei que talvez você ainda mataria aulas para me ver e a gente fugiria para um lugar um pouco mais escondido, para torná-lo só nosso mais uma vez,
Sujaríamos mais lugares imaculados com o mais doce amor
Você não hesitaria em me ligar quando precisasse e eu não ficaria receosa em dizer: sinto sua falta.
Tudo voltaria ao normal como se nunca tivesse deixado de ser.
Porque no fundo, de alguma forma, eu sinto que nunca deixou e talvez de algum jeito você sente também.

Você precisaria de mais coragem.
E por mais estranho que parecesse ainda gritaríamos ao vento o nosso amor
Amor que nunca foi mentiras ao pé do ouvido
Amor que nunca foi bobagem
Amor que sempre foi o que tive de mais lindo
Ainda tenho.

E se a gente se esbarrasse e tentasse algo de novo?
Invadiríamos todos os banheiros do estado do Rio de Janeiro e ainda seria pouco
Cantaríamos todas as canções de amor
Iríamos Cazuzear pela zona sul a norte e você, alta demais pela sua cerveja de garrafa verde, daria aquele riso escancarado que gosto tanto de ver
Entrelaçaríamos nossas mãos, olharíamos nos olhos uma da outra e  de algum jeito saberíamos: nunca é cedo para retomar uma história.
Nos beijaríamos tanto que ficaríamos sem ar
Mas quem precisa de ar quando se tem a quem amar?
Eu preciso de você e não importa como for
Desde que seja
Só não deixe mais tanto tempo passar
Por favor.

E se a gente se estranhasse?
Natural, o tempo passa
Mas é só se lembrar que as unhas continuam ruídas,
Os cabelos continuam curtos,
O desejo continua o mesmo:
Você,
Eu.
E que aquela outra metade daquele velho coração, continua pertencendo a quem lhe foi dado
A verdade é que eu passei a ser muito mais metade depois de você
E nunca mais fui inteira
Mas os sentimentos podem sempre permanecer quase intactos.

E você, será que ainda me acha a mulher mais linda no mundo pra ti?
É claro que não
Mas foi doce você tentar.
Ainda lembro de você me dizer para disso não esquecer nem por um segundo
A verdade é que você sempre foi a melhor pessoa em me fazer sorrir no mundo
Talvez seja por isso que não me lembro mais como é sorrir
Assim, de verdade, verdadeira.
E você? Se lembra o quanto de mim?

Se o mundo nos deixasse tão loucas
E desse tantas voltas, você ainda seguraria minha mão?
Sinto falta dela percorrer o meu corpo
E ainda invadiria a ala dos fumantes só para me beijar?
Eu correria uma lagoa inteira só para te pegar e perguntar o que aquela canção dizia:
Vem comigo?

E você, viria?

MF,MB.

Você está mais bonita conforme o tempo, teus cabelos estão mais loiros, seus sorrisos mais freqüentes, sua liberdade ficando mais firme. Às vezes eu sinto tanto a sua falta que eu só queria te ver pra dizer isso, mas a gente nunca se vê e isso ainda me dói. Sempre vai doer.
Sinto falta das tuas mãos que se entrelaçavam tão bem nas minhas, ah que saudade... sinto falta das tuas poesias e dos teus poemas serem dirigidos, dedicados a mim. Sinto falta de ser tua bebida, tua comida e teu ar. Sinto falta de ser a mulher mais linda no mundo pra ti. O mundo nunca mais foi o mesmo sem você baby, e dia após dia, noite após noite eu ainda sinto a sua falta. Tanto. Tanto que chega doer, mas eu já te disse: sua ausência sempre dói.
Não sei dizer o que mudou para nós mas já cansei de me perguntar: e se tivéssemos outra chance de ser,  o que a gente iria fazer? Aposto que talvez você fugiria - mais uma vez - dizendo que o tempo passou, que você pode me machucar e se machucar outra vez ou daria qualquer outro motivo por puro medo de sentir o que sempre sentiu por mim e eu, mesmo entendendo tantas coisas e ainda desentendendo tantas outras nesse passar de tempo, mesmo com tudo contra ao nosso redor não hesitaria nem um segundo para olhar nos teus olhos tendo a certeza de que você me ama mais uma vez. Ali, naquele momento, naquele local, não pensaria no resto, só em você. Em nós. Se eu tivesse um pedido, um ultimo pedido, eu ainda pediria você, pois se Cazuza ainda estivesse vivo ele cantaria mais inúmeras canções de amor e nenhuma delas ainda seriam suficientes para dizer: o quanto eu sinto tanto a tua falta.

sábado, 5 de setembro de 2015

Traduza-me.

Eu queria escrever. Mas não tenho nada de bonito sobre o que escrever. E não quero mais falar das coisas que doem. Mas então eu tenho os dias de sol, os dias com nuvens, os dias de chuva. Tenho um cover de uma velha música muito boa tocando na vitrola mas não tenho nenhum vinho barato, acabou o cigarro e eu nem sei se fumo mais. Tenho bocejos de sono mas não tenho sono.
Eu queria escrever sobre algo bonito, uma poesia enigmática, um clichê barato, frase de botequim, o que viesse primeiro. Algumas pessoas conseguem isso tudo, algumas pessoas não conseguem nada disso. E tem eu, que fico no meio disso e daquilo. Às vezes é bom, noutras vezes pesa, outras vezes acho até que dói. Uma eterna confusão. Eu queria saber mais, entender mais, viver mais. Sobreviver menos.
Eu queria ter algo bom para escrever, algo sobre suspiros e a falta de ar, algo sobre uma coisa física doida de controlar, um frio no estômago, um aconchego no coração. Vai ver eu apenas queira o que todo mundo quer: um amor que me consuma, paixão e aventura e até uma dose de perigo. Vai ver eu apenas queira sentir algo diferente desse nada.
E todos sabem né: nada é apenas uma palavra buscando tradução.
Talvez eu só espere quem vá ser capaz de me traduzir.
Traduza-me.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Um pouco muito de saudade o tempo todo.

Às vezes eu sinto sua falta. Quando eu ouço Chico ou Caetano ou quando eu vejo alguém com uma garrafa verde de cerveja na mão porque eu sei o quanto você gosta de beber, sinto sua falta quando vou ao seu bairro ou quando acelera um pouco mais rápido meu coração. Sinto saudade de você um pouquinho quando vejo uma poesia em algum lugar, ou quando vejo alguém de cabelo em cima dos ombros ou pela altura do queixo. Sinto um pouco de saudade quando lembro das histórias tão nossas, como naquele dia no metrô que você matou a minha sede na saliva igual ao nosso poeta dizia. Sinto falta do teu sorriso escancarado, da tua saia listrada e do teu dente torto. Um charme. Sinto falta de te olhar nos olhos pequena, e saber que é bem ali onde eu deveria ficar. Com você.
Às vezes sinto sua falta, como numa madrugada feito essa em que me pego sorrindo com uma lembrança nossa, e meu peito quase vira um grão de arroz de tanto aperto. Eu sinto a sua falta um pouquinho. até quando acho que não, até quando penso que deixei pra lá, até quando tento seguir em frente.
Às vezes eu sinto sua falta um pouquinho. Um pouquinho o tempo todo, às vezes quase sempre. Saudade.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Saudade de algo que nem sei mais se sei o que é.

Às vezes eu sinto uma saudade amena, apertadinha de me apaixonar de novo, de gostar de alguém de novo. De sentir o coração batendo descompasadamente e perdidamente rápido outra vez, de sentir aquelas borboletinhas brincando de pique-pega dentro do meu estômago, me causando aquele frio na espinha. Às vezes sinto saudade de dicar minhas músicas a alguém, sinto falta de falar de amor e até da falta dele, sinto falta de sentir algo diferente desse nada esquisito e diferente esperando que eu lhe dê alguma tradução que ando sentindo. Às vezes sinto que preciso de amor para respirar melhor ou talvez de alguém para respirar, e quanto mais penso nisso mais chego a conclusão de que talvez eu tenha sido feita para o amor, mas talvez ele não tenha sido feito para mim. E dói, não vou mentir, porque dói mas dá uma certa calmaria. Uma calmaria solitária, sofrida mas com uma pequena paz, porque sem amores, sem muitas dores de cabeça e curativos nos joelhos e remendos no peito também, pois não vou negar: o ser humano parece que esqueceu como se ama e acaba machucando muita gente. Espero que o dia em que ele se lembre como amar chegue logo. E o meu também.

Saudade de me sentir viva de alguma maneira, qualquer que seja.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Jardinagem depois do ultimo alguém.

Eu to cansada de pessoas que chegam e vão embora, que plantam sua sementinha da saudade que sempre acaba virando uma árvore gigante dentro de mim. Eu estou cansada de ter que procurar sempre mais espaço no baú das minhas lembranças para separar só o que foi bom e jogar lá, e ficar fuçando sempre que o coração apertar. E ele apertar tanto... Eu não posso mais permitir alguém chegar e me tirar de mim de novo e se apossar do meu ser. Eu não quero mais ter que lembrar nomes, não quero mais recordar cheiros nem como eram aqueles olhos, eu não quero ter uma nova sementinha se tornando mais uma enorme árvore da saudade, enquanto as outras ainda nem se quer pararam de dar frutos. Não quero ter que regar mais nada com minhas lembranças, nem com as minhas lágrimas, porque vai ver eu é que sou o fruto de uma árvore. Mas sugaram todo o meu suco e minhas cascas já estão despedaçadas. Eu simplesmente não aguento mais ser esse fruto-podre e eu não posso mais deixar ninguém tentar me replantar.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Contando um Conto.

A casa ficou vazia, os móveis no mesmo lugar, o sótão cheio de quinquilharias, as partículas de poeira voando por todo lugar. Eu fiquei parada ali, verificando, constatando, analisando a calmaria inértica, vazia, que ficou a minha vida e minha casa sem você. Fiquei ali só escutando o silêncio, o som do ventilador vindo de algum lugar, pois o som que sai dos ventiladores também é silêncio. Silêncio comprado nas lojas.
Não sei por quanto tempo fiquei ali, aqui, acolá, mas  percebi que a minha sala fica tão assustadoramente grande sem você. Minha solidão também. Mas tudo bem, ninguém errou. Não há pecados. A gente tentou tentar. Não deu muito certo. Acontece.
Demos "stop" na dança da vida e decidimos sentar do lado de cá nesse banco no canto da vida. Observando as partículas de poeira e as pessoas bailando por todo lugar. Talvez haja muito para falar ou talvez não haja tanto assim para dizer e o que há eu tô guardando pra dizer depois, porque eu sei que a gente ainda se encontra. Se encontra em algum lugar onde todo mundo se vê. Sei lá.
Tá um silêncio enorme nessa escuridão lá fora e aqui dentro, ainda não sei se esse silêncio é bom ou não mas com certeza ele tem muito a dizer.

segunda-feira, 6 de julho de 2015

?

Um gole de uísque, noite adentro pela solidão. Quanta pretensão acharmos que daríamos em algum lugar quando podemos acabar indo para lugar nenhum. Vozes distantes cantarolam a canção da noite e as luzes dos postes nas ruas iluminam as cidades. No sopro do vento se pode ouvir o som que o peso da vida faz sobre os nossos ombros. Não vivemos de escombros e pulamos alguns assombros. Corações se enchem e se quebram facilmente, cabeças viajam e se perdem no precipício que é a mente. Uns dançam sem música e outros fazem de todos os sons a sua música. O dia nasce cinza mas por trás de toda nuvem sempre tem um céu azul. Eu posso ver o lado bom e ruim de tudo. E você, como enxerga o mundo?

sábado, 4 de julho de 2015

Desabafo após uma nova bebedeira.

Talvez eu tenha abusado da bebida, talvez as coisas estejam sendo vistas multiplicadas por dois, talvez as lágrimas estejam querendo cair, talvez seja só apego, talvez só seja afeto, talvez eu só te queira por perto, talvez. Muitos talvezes. Muitos achares. Poucas certezas. Do que você tem certeza menina?
Eu tenho certeza da falta que teus olhos verdes fazem para mim e menina, por favor, nunca mais se afaste de mim, já que eu me assusto muito toda vez que você se afasta assim. Será que você vê que parte de mim é só uma menina que quer te ter por perto demais? Por cima das árvores ou embolada nas nuvens dando asas as minhas próprias ilusões e será amor, que você foi uma ilusão? Me ponha de volta ao chão porque dói meu bem, ser deixada assim. De novo.
Again and again e acima dos prédios eu posso ver alguém que me sorri tão pouco, e me diz sem muitas palavras que eu não tenho o que saber, eu fecho os olhos e suspiro então o que já é difícil demais de respirar e prendo a dor assim. Como se a falta de coragem e apego fossem fazer de mim algo bom.
Talvez você nem saiba, mas teu egoísmo e tua falta tem sido a minha nova ruína e em cada esquina que eu cruzo, estão fechados os portões.

Saudade.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Noturno.

O acaso perdendo terreno, 
O descaso ganhando espaço 
Eu ando perdida no tempo, 
Presa nesse descompasso 

O passo está mais pesado, 
Meu peito ficando mais fraco,
Cansado de tanto suportar
Coisas com hora pra acabar

E todo desconforto, 
Ainda é pouco
Para a imensidão 
De quem costuma sonhar 

Mas se me chamam de louca 
Só por eu tanto sentir
Eu digo que loucos são eles
Que só sabem fingir

E mentir. 

terça-feira, 16 de junho de 2015

Eu quero tudo com você.

Eu sei que tá tarde pra bater na tua casa, mas é que eu queria tanto te ver dormir, deitar na tua cama em frente a ti, e tirar uma mecha dos teus cabelos loiros com a ponta dos meus dedos do teu rosto e sorri. Sorrir de lado, meio bobo, meio apaixonado e pensando assim: "mas ah, vai ser bonita assim lá na..." E não termino a frase, porque quero você linda assim: aqui, agora, em qualquer lugar, sempre. Quieta, leve, em paz. Comigo. É que quando você não tá baby, eu fico buscando uma cura pr’essa loucura que é a minha vida sem você. E as vezes assim eu me pergunto, se você sabe que a gente é tudo que eu tenho, é tudo o que eu quero ter. É que eu aposto baby, que se eu te olhasse bem assim, a dormir, eu iria ter certeza que eu quero a vida toda com você. Ou até aonde essa nossa estrada tortuosa tem que dar. E que dê ao infinito de tudo que há de mais bonito, baby.

sábado, 6 de junho de 2015

Odeio.

Eu odeio os sábados pois eles se tornaram o dia mais longo e importunavel da semana. Odeio o fato das suas horas serem cronometricamente disputadas, que cada minuto, cada segundo do teu tempo não seja designado para alguma tarefa que não me envolva junto. Odeio qualquer coisa que tire a sua atenção de mim, que seja a sua distração para algo mais importante que não seja eu. Odeio quem pode falar com você todos os dias e te ver, te tocar, até te incomodar. Odeio  que os seus dias sejam corridos e que seu final de semana passe sempre bem longe do meu. Odeio que você sorria sem que seja eu a causadora desse riso, odeio o fato de que seus olhos verdes olhem em outras direções que não te leve para a única que realmente importa: a minha. Odeio que você se divirta sem eu poder estar perto e odeio que a minha presença não seja assim tão necessária. Odeio ser tão egoísta assim e odeio te querer tanto.
Odeio que isso tudo me deixe rabugenta e odeio que você não seja só minha, porque no fundo baby, você não é. Nem ninguém. Nem nada.

sábado, 30 de maio de 2015

Você também?

Eu queria o cheiro dela nas minhas mãos, percorrendo pelas minhas roupas, fazendo de cada lembrança um novo momento, trazendo à tona novas vontades como é toda vez que eu a vejo. Às vezes tenho a impressão de que nossas almas, pelo meio do caminho, se encontraram, e eu ando agradecendo muito por esse esbarrão.

Acho que a sua mão se encaixa perfeitamente na minha quando nossos dedos se entrelaçam, adoro quando seus olhos tão lindos me olham com tanto afeto ou desejo e acho muito bem que eu poderia viver dentro dos teus braços.

Às vezes você não está e a saudade aperta. Vivemos na expectativa de que de repente as coisas possam complicar, mas o que eu já sei meu bem, é que se a gente for junto, a gente vai bem. Mas a gente tem que ir junto, hein?
E há muito tempo eu não ia tão bem assim baby... Você também?

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Não desate o nosso nó(s).

Ei, cê tá dormindo aí do outro lado do bairro né? Tá meio longe e meio tarde mas eu queria tanto poder te olhar dormir... Mexer no teu cabelo que eu gosto tanto, cuidadosamente, e falar baixinho no teu ouvido, que eu sinto sua falta até quando estou com você, é como se nenhum tempo fosse tempo suficiente pra estar do teu lado, - pois quero perder todo meu tempo contigo - queria te falar mansinho das vontades que eu tenho para nós e de como eu queria minha vida com a sua, mas acho que já está tudo meio entrelaçado não é mesmo? É que já me sinto amarrada, entrelaçada a você, então não desentrelace mais. Queria sussurrar das vezes que fiquei sem dormir imaginado como seria se você estivesse comigo, em como eu que virei alguém tão cheia de meios nadas, já quero dar tanto para você...  É que depois de tanto morrer por um amor, você me chegou assim - de novo e de vez, espero  - de mansinho e anda me roubando tanto, que parece que há sempre demais de mim e pouco de você, se é que isso tem lógica mas que se dane a lógica quando o assunto é gostar de você. Porque eu gosto de tudo, assim, pronto.
Eu não sei se acredito no destino, mas se tudo acontece por um motivo e a vida não dá mesmo ponto sem nó, que esse ponto seja nosso e que nosso laço seja feito depois do nó mais cego dos sete mares. Já navego há um um tanto de tempo amor, sou maruja velha e quando achei que já estava à salva de tudo, naufraguei no mar verde dos teus olhos.
Cê tá dormindo aí do outro lado do bairro e eu aqui pensando em como seriam boas as nossas vidas juntas.
Se já corro perigo de lhe perder, quero ficar cega para nunca mais ter como desatar esse nosso nó(s).

quinta-feira, 14 de maio de 2015

É um saco!

É um saco quando você pega no sono sem se despedir e eu tenho que ficar só esperando o sono vir. É um saco não poder te ver dormir. É um saco passar um dia sem levar teus beliscões ou olhar fundo nos teus olhos verdes, - tão verdes que dá vontade de mergulhar neles. É um saco não segurar tuas mãos ou sentir o teu cheiro tão maravilhoso. É um saco não poder pular tua janela, me enclausurar contigo em um mundo paralelo e fazer desse mundo, nosso pequeno espaço de tempo. É um saco não poder deitar no escuro contigo, te deitar entre meu braço e meu ombro e poder te ver sorrindo meio sem-paciência-meio-pidona tentando me beijar enquanto eu rio tentando te provocar. É um saco não poder desvendar os mistérios do teu corpo. É um saco ter que te deixar ir embora e não poder seguir teus passos até a tua casa. É um saco não poder estar contigo quando eu bem quero. É um saco ter que esperar até o outro dia pra poder te ver de novo, nem que seja uma hora ou duas, ou até menos que isso. É um saco! Mas de agora em diante eu espero, de agora em diante eu vou sempre esperar...

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Adeus você. E adeus eu.

Não.

Não tenta me enganar, me fazer de otária. Não tenta me passar para trás pois eu já tenho alguém que faça isso por mim: eu mesma. Não tenta dizer sim se queres dizer não sei ou apenas não. Talvez depois, amanhã, mais tarde. Ou nunca. Mas hoje não. Eu sei. E você também sabe. Não tenta fingir. Não deu. Acontece. Só não brinca comigo, não tenta me transformar em mais um dos teus bibelôs pois eu já não posso mais brincar assim. Não aguento mais. Eu sei, talvez não seja por querer mas é assim que você faz. E eu entrei nesse teu jogo e eu não sei mais como sair. Me perdi em meio ao redemoinho que és e no fundo eu sei baby, não da pra sair. Nem tão cedo. Fico no fundo, imersa, suportando tudo o que tenho para suportar. Dói, deixa marcas profundas, mas uma hora passa. Tudo passa amor e quando você passar por mim de novo, eu já nem vou mais saber... De você.

Serei outro alguém e você não vai conhecer. Nem ninguém.

sábado, 2 de maio de 2015

Iniciando desapego.

Deu nó. Nó cego, nó que enxerga, nó forte, nó brabo dentro da minha cabeça. Deu curto circuito nos fios embaralhados e enlameados do meu peito. Complicou.
Disco os números da minha razão mas há tempos que ela está na caixa eletrônica, e eu estou tentando saber exatamente o que eu preciso, até parece canção de banda indie meu amigo, mas não é, eu sei. Desapegue-se é o que um eco mais profundo que algum tipo submundo me diz. Um eco que sopra assim sorrateiro feito vento noturno que sopra, sopra, em seu assobio mil e uma histórias de terror para arrepiar braços e nucas. Mas ainda me falta prática no fazer e não se deve planejar sem investir no seguro.
Eu quase sempre perco o fio da meada e quando me acho, já me perdi em algo de novo. Dizem que quem vive pra se perder alguma hora só consegue se achar. Ou seria o contrário? Ainda estou tentando saber.
Parei de pensar. Parei de sentir. Comecei a fazer o que eu sempre bem quis. Não há por que ligar pra quem nunca quis te atender.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Sobre tudo o que eu consigo pensar (e viver) no momento.

Eu tentei.
Eu juro que tentei.
Dei outros beijos
Provei novos gostos
E até gostei de outro alguém
Mas foi tudo a curto prazo.
Nada me cativa tanto assim
E quando cativa não dá certo.
E o peso do mundo nunca saiu de meus ombros.
Antes de você as coisas já não tinham muito sentido
E depois de você tudo ficou escuro.
Escuro e só.
Parece que tudo que faço
É uma volta até isso:
Breu e solidão.
Acho que não sei mais confiar
Nem acreditar, esperar ou amar.
De tanto sentir tanto
Acho que acabei parando
O mundo contribuíu para isso.
Virei robô
E deu curto circuito em mim
Piloto automático ligado
Pois talvez não haja mais jeito
Para alguém tão desacreditado assim.

terça-feira, 14 de abril de 2015

M.

Deita entre meu ombro e meu peito daquele jeito que cê disse tanto gostar, e joga as suas pernas em cima das minhas. Fecha os olhos e escuta Arctic Monkeys comigo. Diz que baita banda ela é e que quer continuar ouvindo. Me pede um cafuné. Depois conhece mais da minha banda favorita, procura assistir os episódios da minha série predileta, leia os livros que eu gostei tanto de ler, adentra mais um pouco o meu mundo e abre um pouco mais do seu para mim. Vamos ver se nos encaixamos, combinamos, nos gostamos e vamos ver se vamos ter algo tão melhor do que amor ou amizade, afeto ou familiaridade, algo que ainda não tenha nome ou classe. Uma parada bem mais legal... Mas só amanhã. Hoje deita aqui perto de mim, fazendo círculos com a ponta do dedo na minha barriga e depois me abraça como der. Afunda teu rosto no meu pescoço e se embriaga do teu próprio cheiro que ficou em mim. Esquece o celular, o pai, a mãe, a saída do final de semana, os amigos, a esperança. Não pensa em nada que não seja aquele momento ali. Limpa a tua alma de qualquer coisa que não seja a beleza do escuro do teu quarto e do conforto da tua cama junto a mim. Não faz nada, só fica comigo assim, como aquele primero dia em que te vi. Sejamos infinito antes de sermos fim.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Sobre a morte da esperança.

É sempre um abismo seguir por um precipício chamado esperança. A esperança te faz caminhar por desertos cheios de dunas perigosas, navegar por oceanos repletos de tempestades e tubarões, correr em meio a um furacão. Tudo com uma pequena chama dentro de você de que você nunca vai se ferir, ou que pelo menos no fim não será nada grave. Que a kriptonita do seu Super Homem ou Mulher Maravilha está bem longe, mas no fim você sempre cai. Pois se tem uma coisa certa na esperança, essa coisa é a queda. E ao invés de ser rápida e quase indolor, ela é lenta. Ela te faz flutuar em meio a devaneios, em volta da loucura, dentro dos seus piores receios, para no fim, você cair morto. Morto, estatelado, duro e frio no chão. A esperança nunca mudou as coisas porque ela é só uma desculpa pra fingir que nada é tão ruim assim. Mas quase sempre é. A esperança não salva ninguém pois ela é sempre a última a levar o pé na bunda para que o pé que ela nos dê seja fatal.
Que a esperança então, seja artigo em falta no meu peito já que ela nunca mudou ou adiantou nada.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Perdendo e encontrando isqueiros.

Eu vivo perdendo isqueiros assim como vivo perdendo oportunidades. Eu vivo perdendo coisas. Na verdade não sei se algum dia as tive de fato, mas o fato é que eu vivo perdendo coisas. Por mim, pelas pessoas, pela vida. Eu não aguento mais esse jogo de perder.

Tento ler um livro ou ver tv mas a necessidade me invade feito o ar que entra em meus pulmões e então eu preciso intoxicá-los com fumaça de tabaco. Sentir aquele êxtase amargo (que no fundo me faz mal, eu sei) tranqüilizando minhas veias. Me levanto abruptamente e coloco um jeans surrado, um casaco preto qualquer, pego as chaves e coloco meus cigarros no bolso do jeans. Vou atrás de outro isqueiro.
Choveu mais cedo e o céu se mistura em cinza e preto. Está anoitecendo e o vento frio corta minha pele através do casaco fino. Desço a esquina olhando ao redor pensando em como fui parar ali, como eu tinha me tornado aquilo em que me tornei: um fracasso, se. Eu tentei fazer tudo certo. Mas o que é o certo é o errado? Não sabia exatamente a resposta mas me lamentava de todas as formas: profissional, familiar e amorosamente. Não queria, mas as vezes acho que sou quase digna de pena.

Todos os bares  ao redor estão fechados e eu tenho que andar até o próximo quarteirão. Anoiteceu.

Acho que faz tempo que anoiteceu em mim também, não sei. Talvez eu seja um céu todo preto que, vezenquando, consegue obter algumas estrelas para iluminá-lo. Só não sei mais se consigo obtê-las novamente
Avisto ao longe uma banca de jornal quase fechando e compro meu bendito isqueiro. Caminho uns passos e já posso sentir as gotas da tempestade que está vindo aí de novo começarem a cair. Acendo meu cigarro e logo na primeira tragada é como se todos os ligamentos do meu corpo estivessem se acalmando numa paz explodida em milhões de pequenos pedaços de fogo. Começa a chover e ao invés de ir para casa, me pego perambulando pelo bairro. Avisto as casas trancadas, os estabelecimentos fechando, as ruas vazias, e penso que aquilo tudo se parece muito comigo: cheias de pessoas que nem ligam muito para elas durante o dia e completamente solitárias durante a noite (com a exceção de que eu acabo só até durante o dia). O temporal despenca e eu corro atrás de algo que possa me proteger, e percebo o quão inútil isso é, afinal, quem está na chuva é para se molhar. Não é o que dizem por aí?

Sento em uma escada na porta de um lugar qualquer e fico ali, fumando aquele único cigarro enquanto sinto o maço inteiro se desmanchar no meu bolso. Tirei o capuz da cabeça e fiquei ali pensando, até que por fim, chorei a dor que por muito tempo estava contida em mim. Deixei a água descer pelo meu rosto e logo pelo meu corpo misturando-se com minhas lágrimas, me encharcando por inteira.

Pensei na grande bosta que está minha vida e no quanto preciso mudar isso. E fiquei ali, não sei por quanto tempo, mas tempo suficiente para a chuva passar. Levantei decidida a me reinventar por completo. As coisas deveriam e tinham de mudar.
Eu vivo perdendo coisas, mas às vezes, a vida te faz achar coisas também e a certeza disso, é o isqueiro velho que achei no bolso do casaco preto no momento em que enfiei as minhas mãos lá. Ás vezes demora tempo demais para a gente entender as coisas em apenas um segundo, e eu entendi que eu preciso mudar pra viver em paz.

 Acendi meu novo isqueiro. Minha nova certeza.

terça-feira, 31 de março de 2015

365 dias.

Um ano. Trezentos e sessenta e cinco dias que não foram ao seu lado. Tormento. Trezentos e sessenta e cinco dias descobrindo que o inferno na vida é uma vida sem amor, sem o nosso amor. Dizem que nós somos melhores quando estamos com a pessoa certa. E eu era melhor quando estava com você - queria que tivesse sido recíproco. Às vezes tenho a sensação de que fui apenas mais um mero engano, um equívoco seu... Noutras acho que fui a coisa certa que apareceu no tempo errado. Será que um dia iremos saber? Não sei.
Um ano. Trezentos e sessenta e cinco dias fazendo planos que nunca iriam se concretizar, imaginando viver coisas ao lado de quem mais me fez feliz. Loucura. Mas eu sei que você sempre foi bagunça e bagunça da boa baby, e do momento que eu te encontrei naquela tela de computador eu soube: você não iria sair da minha vida. E hoje, um anos depois eu só queria bater na tua porta e ser dessa vez a menina com a flor na mão (para te dar, claro) e te fazer abrir seu coração pelo menos uma vez pra me ouvir e acreditar em tudo o que eu disser, pois eu nunca fui tão real em minha vida...

Eu te amei desde a primeira vez que te vi sabia? Desde quando te vi de cima do skate atrás daquele muro e pensei "ai meu Deus como ela é linda!" desde do teu short marrom com camisa jeans, desde o meu skate e minha calça vinho com blusa do Arctic Monkeys. Em volta naquela enorme lagoa. Foi ali. Você se lembra? Desde então eu percebi que as coisas que eu via nos filmes podiam sim existir, porque você me fazia sentir assim: pela primeira vez dando certo. Você fazia eu me sentir infinita. E eu fui te amando e te amando e eu não consegui mais parar. Fui te amando tanto que acho que por vezes deixava meu jeito transparecer que nem tanto assim. Nem tanto assim quando era tudo e muito mais dentro de mim por ti. Desculpa se não matei tua insegurança, se não consegui te mostrar que eu sempre só tinha olhos e coração pra você, se eu te fiz fugir, se eu não soube ser melhor. É que quando eu erro é tentando sempre acertar, que as vezes quando não demonstro é quando eu mais quero demonstrar. É que as vezes eu sou mesmo assim: desajeitada por ter jeito demais. Hilário não é? Da pra entender?
Dia trinta e um de março: sempre foi o nosso dia, você sabia? Acho que não. Mas eu sempre soube. Sempre notei todos os seus detalhes (até aqueles imperfeitos que me irritavam) porque eu sempre amei tudo em você e mesmo querendo muito, nunca esperei nada em troca. Você me fez ver que amar é apenas isso: a m a r. Essa palavrinha de quatro letras que cabe o mundo inteiro dentro delas. Amar é amar aquilo que a pessoa é e faz você sentir, e não amar o que ela sente por você. E você sempre fez eu me sentir incrível, sabia? Você era o meu amuleto, minha sorte na vida de ter alegria e aimeudeus como eu fui feliz do teu lado mesmo com todo ciúme, com toda distância, com toda insegurança, mesmo com os empecilhos e tudo o que eu mais queria era te fazer sentir pelo menos metade disso.
Pela primeira vez eu soube: eu estava amando e isso não iria passar  nem tão cedo. Talvez um dia passe, talvez não, o que eu não quero que passe somos nós. Sempre tivemos uma ligação muito forte e eu só que você sabe. É isso que nos faz ser pra sempre nós e não apenas eu e você. Entende? Sei que um dia, ainda distante, eu possa gostar de alguém, talvez. Quem sabe casar sei lá. Talvez. Mas sinto do meu eu mais profundo que é você aquele alguém que sempre vai me ter consigo. Que é só estalar os dedos e eu volto. Mas como eu posso voltar se eu nunca fui embora?
Um ano. Trezentos e sessenta e cinco dias e está tudo aqui ainda, do que você deixou. Será que um dia você vem arrumar? Porque eu continuo aqui. Porque eu me importo, eu amo, eu me preocupo, eu quero você sempre comigo e mesmo que eu tenha que te ver atolada em trabalho meio distante ou amando outro alguém eu sempre quero você perto de mim e sendo feliz. Quero ver você arrancar um enorme pedaço do mundo com esse teu brilho que pode iluminar o mundo inteiro. Porque você é meu Cazuza, o meu Chico, minha bossa nova, meu rock'n'roll, minha banda favorita, meu livro predileto, a rua que eu passo todo dia, o programa matinal da tv, o meu cigarro, a minha cerveja, o meu bem, o meu amor. E isso não é uma mentira de primeiro de abril.
Eu nunca vou deixar o que eu mais quero ter comigo.
E entre mais um milhão e quinhentas coisas que eu quero te dizer: Feliz um ano meu amor.

quinta-feira, 19 de março de 2015

Aonde é o nosso lar?

Sinto que não há mais um lugar pra mim, que não há mais espaço para eu ser eu. O mundo gira tão depressa que às vezes parece devagar, mas o mundo sempre gira. E gira. Gira mundo cão!
Gira e me leve para outro lugar. Uma outra era, uma outra dimensão psicodelica que me faça acreditar que um dia as coisas hão de mudar, pois desde que o mundo é mundo, as pessoas são perdidas. Será que a gente nasce para se encontrar ou é a gente que se perde no caminho?
Não venta mais pra cá e os dias vão queimando como cigarro: cinzas e com gosto amargo, e que gosto amargo tem a vida quando ela não sabe ser doce. Será que é a gente que azeda? O tempo vai dizer.... Ou não. Às vezes tenho a impressão de que o tempo é mudo e em sua mudisse é que aprendeu a dizer muita coisa. Ou não também... O problema é que a gente nunca sabe e passa a vida tentando saber.
Será que a vida é algo além de esperar? Estou esperando a resposta. Se alguém souber, favor me contactar, não tenho nome, não tenho casa, não tem lugar pra mim, não tenho nada meu. Apenas sonhos. Mas espero que um dia eu pare de sonhar e comece fazer tentando encontrar nesse mundo louco, o meu lar pra viver.

Será que todo mundo tem um lar? Aonde ele deve ser?

sábado, 21 de fevereiro de 2015

E aí?

É que eu gostei desse teu cabelo colorido, descolado, logo de cara. E por falar em cara, essa tua linda deve ser o caminho para um precipício bem alto, aposto que muitos corações já morreram aí. O pior é que eu sempre tive atração por precipícios, - acho que no fundo eu sempre quis voar - então eu quase sempre me jogo. Me jogo e me arrebento toda. Fico ali estatelada no chão, sangrando até a terra me renascer em flor. O problema das flores é que elas sempre murcham... Mas então vem alguém com uma cara linda, um cabelo diferente, o jeito de vilã de filme e me rega! Nem precisa ser muito e eu já me renasço das cinzas do meu próprio cigarro, feito uma fênix, que faz de tudo para fugir dos balaios. É que é tão raro alguém aparecer, imagina alguém assim né? O melhor mesmo é renascer.

Precipício, flor e cigarro. Eu já fui e sou muitas coisas. Já quebrei alguéns, já tive um amor que me matou (aposto que você também morre por alguma coisa). Mas não me importa de ser um zumbi cinza me divertindo nas cores do teu cabelo roxo, azul, verde... Um verdadeiro arco-íris de deliciosa diversão.

E aí, quer se perder comigo?

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Meu futuro (que nunca houve) com você.

Saí da faculdade reparando que os discos do Cazuza nunca faltam no meu carro. Eu queria que algum deles fosse seu, que você tivesse me emprestado no começo do namoro, meio arranhado coisa e tal. Enfim. Eu os ouço indo ou voltando da faculdade. Você começou a trilhar seu caminho primeiro que eu, né? agora é doutoura, e eu sempre quis ser rockstar. Uma das poucas coisas em nós que nunca combinou.
Em um desses dias imaginei como teriam sido teus dias corridos na universidade. Quantas vezes será que colocaste o riso que antes era tão meu, nas bocas de outros alguéns? Você sabe que isso sempre me causou desespero... E aqui, recostando minha cabeça no banco do carro, eu é que consigo sorrir ao pensar nisso. Eu sempre tive pavor de te perder amor, e olha só aonde estamos... Seria até bonito se não fosse meio trágico. Mas todo grande amor não é amor se não for doído não é mesmo? De repente uma buzina soa lá fora me dispersando de meus devaneios, ligo o carro pensando que podia muito bem ser eu, indo te buscar na aula e quando chegasse, iria tentar tirar a tua atenção de um papo com alguém irrelevante (sempre coloquei defeitos nos outros por puro medo de você encontrar algo melhor que eu). Eu quase consigo te ver gritando "caaaalma aííí" revirando os olhos com um sorriso meio sapeca - a nossa troca de olhares sempre dizia muito, a gente se entendia. A gente poderia ter passado por cada coisa, né? Desde a gente fugindo, a falta de grana pro condicionador, até o sanduíche do Bob's em casa só pra te agradar.
Acontece que desde os meus 19 você me prometeu que tudo iria ficar bem, e eu, agora com meus 20 e poucos anos, ainda espero ficar. E já não importa se será "minha flor, meu bebê" ou "amor meu grande amor" para o mundo ficar mais bonito. De novo.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Sobre ficar bem, fracassos e tentar.

"Um dia eu vou ficar bem."
Era nisso que ela pensava, era nisso em que ela queria acreditar com força. Que um dia ela ficaria bem da falta de dinheiro, da falta de certeza, daquele seu grande amor que partiu. Ela não só queria, como precisava ficar bem também porque tudo isso doía. Não essa dor de três letras que todo mundo diz que sente, mas sim aquela dor que faz o peito esmagar, se surrar todo levando-o quase ao tamanho de um mísero grão de arroz. Uma dor sufocante, inquietante, que a fazia apenas sobreviver no limbo dos dias ao invés de viver de fato, transformando-a em um semi-robô no piloto automático.
Era algo do qual ela necessitava: ficar bem. O problema, é que ela não conseguia se lembrar se alguum dia já estivera bem, mesmo fazendo um enorme esforço, ela não conseguia obter resposta alguma. Era como se tudo fosse uma grande bosta desde que ela conseguia se lembrar. E ela sabia que a vida tinha algo de bonito por aí, que havia cores e um mundo inteiro afora para explorar, ela só não conseguia ver as coisas acontecendo para ela. Pelo menos não de verdade. A começar pelas pessoas: elas sempre a deixavam, conseguiam o que queriam e iam embora. Lhe causavam expectativas, alimentavam suas mais dóceis ilusões para depois decepcioná-la e abandoná-la a mercê de um barco à deriva prestes a naufragar, que era a sua vida. Ninguém nunca a quis de verdade. Nem seus pais, - ela sempre foi um erro e ela sabia - nem aquele amor que ela achava que só existia nos filmes quando finalmente o encontrou. Encontrou e constatou que amar era real. Achou que teve sorte uma vez na vida e realmente teve, mas não por muito tempo. Do nada veio as desculpas e mais do nada ainda sua partida. Deve ter encontrado algo melhor e a trocou. Assim, de repente num vapt-vupt fatal. Talvez até ela mesma em algum momento da vida teria se trocado também. Mas ela era boa em amar não era? Só não era boa em ser amada.
Se sentia inútil na maior parte do tempo mesmo tendo dentro de si uma vontade enorme de crescer, mas parecia que nada dava certo para ela. As coisas não aconteciam. Para ela e mais uns milhões de pessoas espalhadas pelo mundo, com problemas bem maiores dos que o dela. Ela sabia. Mas isso nunca fez as coisas serem menos duras ou difíceis. Outro problema que a incomodava constantemente era a falta de grana. Pensava que poderia muito bem sentir e passar por todas essas coisas sim, mas que seria bem melhor sofrer em Paris bebendo champanhe, do que aqui nesse apartamentozinho que nem dela é, no centro de cidade. O mundo era um redemoinho faminto e a devorava. Ela também tinha fome, queria devorá-lo também. Mas o que uma garota de quase 20 e pouquinhos anos poderia fazer a um mundo tão grande? "Recolher-se a sua insignificância, é claro" ela pensou. E foi o que fez. Parou de ter pena de si por um instante, guardou sua bebida no armário da pequena sala, deixou os restos de cigarro no cinzeiro na mesa ao lado e deitou-se em sua cama. Adormeceu rápido pensando que amanhã era sempre um novo dia. Mesmo que fosse para fracassar de novo... Ela podia sempre tentar, não podia?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

transmitindo a realidade.

Da varanda vinha um vento frio e devagar, ela levantou-se da frente de seu lap top em que havia passado o dia procurando emprego e debruçou-se na sacada. Acendeu seu velho marlboro vermelho e vestindo apenas um blusão branco com sua calcinha preferida, ficou passeando o cigarro por entre seus dedos.
Ela vivia em um apartamento pequeno alugado no centro da cidade, e sempre gostava de olhar a vista do centro a noite. Sem carros ou pessoas na rua, apenas o silêncio.
Ela não sabia o que esperar daquela noite e nem de nenhuma outra ultimamente. Ela, que sempre fez da noite a sua casa não sabia o que esperar dela. O vento lá fora açoitava as árvores e fazia de seus cabelos redemoinhos, mas o verdadeiro redemoinho acontecia em sua cabeça. Ela girava e girava e nada tinha haver com as mil doses de rum que antes havia tomado, não, era mais complexo que isso. Sua mente doía, centrifugava um turbilhão de coisas. Perguntas, sentimentos e sensações passeavam por ali misturando-se com a fumaça de seu cigarro subindo aos céus junto com o vento. Tudo era estranhamente muito novo e ao mesmo tempo velho demais para ela e ela tinha medo. Um medo enorme de fracassar., o que consequentemente à fazia a fracassar por nada fazer. Ela vivia com a ajuda dos pais, havia quase desistido de seus sonhos, mal conseguia pagar as contas e nada tinha. O medo lhe paralisava e a impulsionava a continuar no nada. Havia chegado uma hora em que ela não sabia se o cheiro de queimado que sentia, era de seus neurônios entrando em combustão de tanto pensar ou se era de seu cigarro que havia quase chegado ao fim e estava quase queimado seus dedos.
Nada estava fácil, mas quando se tratava dela nunca era, não é mesmo?
Sua pele branca começava a ficar fria e ela mal cogitava a ideia de sair dali. Mal trocava o peso dos pés de um para outro, só fumava. Um, dois, três cigarros. O gosto amargo impregnando sua boca, garganta, mente. O que será que estava havendo com ela? Ela se perguntava. Não obtinha resposta alguma. Ou várias, como: "estou ficando louca" e vai ver ela estava mesmo. Pensar demais acaba deixando a gente fora de si. E falando em pensar, esse era o momento em que ela começa a imaginar que se aquilo fosse um filme, chegaria alguém abraçando-a por trás e dizendo que tudo ficaria bem, fazendo-a acreditar nisso. Ou que da sacada, ela avistaria algo que lhe faria mudar sua vida, como em um clichê. Então riu com desdém negando com a cabeça: aquilo não era um filme, aquilo não era ficção, aquilo era a vida real. E a vida real batia em sua porta todo dia de manhã.
Pensou, repensou e desistiu. Concluiu que pensar demais só fazia ela pensar mais besteiras, dando esperanças as suas ilusões. Então deu meia volta e se jogou na cama com a garrafa de rum que estava na mesa perto da varanda. Bebeu mais uns goles, viu o teto do quarto girar e quis que o mundo parasse de correr tão depressa. Adormeceu.
Acordou com o sol entrando pela mini varanda e batendo em seu rosto. Já deviam ser meio-dia e ela estava atrasada para começar sua vida. De novo.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Aventurinhas de Macacos do Ártico.

Quatrocentos e noventa e faltam quinze casas para o 505. E para lá que estou voltando. "Pague para ver ou você nunca vai saber" era o que eles me diziam e eu só queria saber se aquele sentimento era verdadeiro. "Você é minha?" Eu procurava saber.
Por que você só me liga quando está louca de bêbada e não quando sente a minha falta? Me faça um favor e quebre o meu nariz ao invés do coração. Me ligue para dizer quando irá embora mas antes, pegue seus sapatos dançantes pois eu sei baby, que você fica bem na pista de dança.
Sons loucos estão invadindo a minha mente e eu faço serenatas despreocupadas para você. "Saia dessa e venha ser um adolescente fluorescente com a gente" era o que eu ouvia por aí, mas eu só queria ser sua para pegar uma estrada e quando o sol se puser, ter um romance certo com você.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

E aonde é mais frio?

Eu me sinto tão distante toda vez que eu me lembro do que aconteceu. E o que aconteceu baby? Tantas coisas desde que eu consigo me lembrar e, infelizmente, eu nunca fui de esquecer. Me olho no espelho pela metade todo dia, sabia? É claro que não sabe. Ninguém sabe.
Copos, tempos. Ninguém enxerga através de mim.
Sem rumo, sem prumo e é assim que eu vou. Meu penteado novo, meu jeans preto rasgado e meu tênis da moda já não enganam mais ninguém. Nem a mim. Mas o que foi que aconteceu baby? Por onde anda a esperança, o gostar, o querer? Por onde anda o meu eu, o seu eu, o eu de todos nós? Geração coca-cola mais perdida do que cego em tiroteio. E eu já nem sei mais o que quero falar por ter tanto a dizer. São tantos caminhos a seguir e eu não consigo seguir nenhum. Tomei a decisão de ir para o mais longe. E quanto mais longe eu chegar melhor. Quero me ver distante de tudo. Não há nada para que eu faça falta, então eu só paro quando eu chegar nas colinas de gelo do Alaska. Ainda pretendo descobrir aonde é mais frio um tanto: lá ou no coração do ser humano?

domingo, 25 de janeiro de 2015

Hold on.

É pequena, as coisas nunca irão ser fáceis. Tolo é quem acha o contrário. Mas todos nós somos um pouco tolos também, não é? E o fato é: as coisas não serão fáceis porque desde que o mundo é mundo, o que não falta são pedras no caminho. O bom é que nós podemos chutá-las. Mas se a gente não tentar, nunca vai conseguir e é por isso que as coisas parecem ser tão difíceis assim. É o ciclo vicioso da vida. Você também tem o seu, lembra?
Dizem que seu cabelo ficou mais claro agora, e que o brilho dos teus olhos amendoados as vezes volta com o tempo. Dizem que você não larga mais uma cerveja gelada e que anda se esforçando muito. Isso me deixou feliz por um momento. Mas me lembrei de que praticamente nunca eu posso ajudar e foram tantos os detalhes (acho) que contribuíram para isso que eu precisaria de outro par de mãos se quisesse contar nos dedos. Eu sempre sinto sua falta, e mais ainda, de como você precisava de mim para que as coisas ficassem pelo menos um pouco melhores. Eu também sempre precisei de você. Anda frio em toda e qualquer estação e eu sei que com você também é assim. Mas isso não é sobre mim e meus sentimentos, e sim, sobre como as coisas não serão fáceis. E elas realmente nunca serão, mas ao fim de tudo a gente vai rir e dizer "ainda bem que passei por aquilo tudo." Porque no fim baby, tudo tem que dar certo, a gente tem que acreditar.
Pequena, fui até a praia mais distante afim de encontrar algo que brilhasse mais que você depois de um dia ruim e até agora não encontrei. Acredita, e tudo vai dar certo.
Vai dar...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Boemia.

Becos.
Vielas.
Blues tocando por todos os lados.
Jaquetas de couro.
Uísques e chapéus.
Guardanapos rabiscados no canto das mesas dos bares.
Flerte.
Sorrisos e provocações.
Desafios.
Riso solto, qualquer som na viola.
Cerveja escorrendo por entre seios alheios.
Mãos aqui e ali.
Sexo.
Gemidos.
Prazer escondido.
No fim cigarros.
Boemia.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Sobre Desculpas...

"Mil desculpas eu peço por não saber dizer adeus direito..."

Desculpa por sentir demais, por deixar de menos. Mil desculpas eu peço por ter feito planos, pelos nossos ideais, por ter sonhado e acreditado demais. Desculpas eu peço por ter insistido e insistido em você, em mim, em um nós que não nos coube. Mil desculpas eu peço por ter deixado você deixar a vida acontecer, porque você sabe: ela só acontece se agente deixar. E a gente deixou. Desculpa.
Mil desculpas eu peço por não soltar as amarras, os apegos e lembranças. Desculpa por guardar tudo e por não ser de esquecer. Mil desculpas eu peço por não conseguir te deixar ir e ainda assim decidir te deixar ir de uma hora pra outra. Desculpa por isso ser a coisa mais difícil que a gente tem que fazer. Desculpa também se ainda não sei se quem sofre mais é quem fica ou quem parte. Mil desculpas eu peço por me tornar quem eu vou ser.
Mil desculpas eu peço também por ver a beleza em ti, por ver o horror em ti, por ver teu interior. Desculpas eu peço por te conhecer e ainda assim não te conhecer por completo. Mil desculpas eu peço por te querer demais, te desejar demais, desistir de menos. Desculpa se eu eu amei demais. Desculpa pelas as coisas que eu nunca vou conseguir dizer.
Mil desculpas eu peço por não dizer adeus.

Mas até mais...

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Hoje Eu Paro.

Hoje eu paro. De fumar, de beber, de amar. Eu paro.
Hoje. Eu. Paro. Só isso.

Hoje é o meu ultimo cigarro. Minha última tosse, minha última fumaça rodopiando ao redor da mente. Meu último apelo sexual com cheiro amargo nos dedos. Meu último apelo sexual com cheiro amargo nos dedos, aliás também. Hoje eu paro.
Hoje é meu ultimo drink, cerveja, birita. Meu ultimo porre, minha ultima ressaca. Ultima enxaqueca clamando por água, MUITA água. Meu ultimo brilho nos olhos de inconseqüência alcoólica (aquela que não tem medo e sai fazendo tudo de improviso sem pensar nas consequências). Hoje eu paro.
Não foi hoje mas eu já parei de amar faz muito tempo. Não sei em que momento, nem se de fato já havia amado antes de você. Você que me fez aprender o que é esse verbo intransitivo que transita pelo meu peito. Mas hoje eu paro. E hoje é meu ultimo você. Meu ultimo amor. Sim, eu te amei, amo, amarei. Conjugarei todos os verbos por te amar. Mas chega de falar dos outros, das outra coisas, tudo que não seja eu. Por isso hoje eu paro.
Hoje eu parei com as migalhas. Porque um dia me disseram: "mesmo sem saber e sem querer, é de migalhas que você vive." e era. E eu nem sabia. Me despertaram desse pesadelo disfarçado de sonho. Caí na real. E meu ídolo Cazuza que me desculpe, mas raspas e restos não me interessam. Não mais.

Hoje eu parei de só existir, para continuar vivendo.