sexta-feira, 19 de outubro de 2018

5h58.

quantas vezes mais em minha mente você virá me atormentar?
quantas vezes mais como um fantasma irá bater em minha porta enquanto tenho esperança em lhe ver regressar?
quantas vezes você vai me assombrar dia após dia enquanto não vejo nada sobre nós mudar?
quantas noites mais o caos de pensar tanto em você e no que a gente se tornou irá a minha insônia dominar?
são 5h58 da manhã mais de quatro anos depois, e eu ainda não vejo como tudo que há de você aqui dentro irá solucionar.

embora algo tenha para sempre se quebrado, embora eu ainda uma chance quisesse, eu não aguento mais. queria qualquer morfina que viesse e terminar com todo o caos que teu nome traz.

domingo, 14 de outubro de 2018

percepção.

e quando você tenta se fazer entender
colocando seu mundo inteiro nas mãos de alguém,
e reza
e confia
tudo aquilo de mais secreto e que mais importa,
naquele ombro em que é o único no mundo no qual você gostaria de colocar a cabeça
e então de repente tudo muda, vira fumaça, não existe, é câmera lenta
e no caos de uma completa confusão, parece fazer sentido.
e ainda fazia,
até agora.

agora já não há esperança,
já não há vingança que se compre,
já não confiança,
já não há amor daí
mas sim daqui.
o tempo todo que me parece enlouquecer.
e há o medo.
e a dor,
de que tudo aquilo em que você depositou seu mundo não fosse um buraco negro em seu coração
que tomou conta a incredulidade e a decepção.

agora há o poço.
e ele é fundo.
tão fundo quando a certeza do talvez
de que eu nunca mais vá parar de gostar de você.
saí de mim para morrer em ti
e agora já nem me reconheço mais.
muito menos teus cabelos vermelhos.
nem naquela primeira em que a vi.
já não te reconheço mais.
pesa.

hoje eu rezo para poder esquecer.
mas não esqueço,
nunca.