quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

dear no one.

querido ninguém,
eu quero você.
mas sinto que há um enorme oceano que nos separa
e eu não sei em que lugar do mundo você está, nem se realmente existe
mas fico te procurando em cada folha amarelada dos livros que meus olhos desesperadamente lêem,
em cada linha com letras meio borradas que escrevo,
lhe procuro nos filmes e nas séries, que ansiosa vejo
te busco nas doces músicas que meus ouvidos são agradavelmente agraciados.
te caço nas linhas e entrelinhas,
no sinal de trânsito fechado, no mendigo embriagado,
em qualquer lugar em que eu possa te ver.

o problema é que você nunca está
e querido ninguém, eu já cansei de lhe esperar.
mais do que despedidas eu não suporto mais as esperas,
eu só queria a sua chegada
mas esperar por você, como uma última fagulha de chama acesa da esperança
de viver as histórias que desesperadamente gostaria de vivenciar
tem sido como esperar chuva no deserto.
e seja lá em qual canto do mundo em que você esteja,
eu sei que não iremos nos esbarrar por aí e de repente começar a viver todas aquelas histórias que a gente vê nos filmes.
então querido ninguém, eu vou tentar me conformar
com esta alma solitária que sou,

porque qualquer coisa é melhor do que morrer de sede.

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