sexta-feira, 23 de março de 2018

perguntas que se repetem.

comprei o cigarro mais aceitável que o dinheiro dava para comprar
aceitei minha tristeza nostálgica como uma velha amiga,
entoei pelos ares versos de uma canção que nem todo mundo conhece,
já não sou mais tão vista, do pouco que era.
ando desacompanhada pelos lugares, não faço parte de nada,
e não me sinto fazendo parte de nada.
ninguém entende, nem fazem questão de entender.
uma lista de músicas sobre almas desgraçadas me parece ser a melhor amiga que posso encontrar nos últimos tempos.
nem 30 e já me sinto mais solitária que o alasca inteiro.
metade do maço já se foi, a brisa quente e leve do início de outono os levou consigo,
junto a fumaça que abandona minha boca.
e em mais um trago que dou, olhando pro nada, começo a me perguntar:
quando será que deixarei de ser uma alma atordoada pelo amor,
para finalmente ser uma alma encontrada por ele?

perguntas se repetem, penso.

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