domingo, 14 de outubro de 2018

percepção.

e quando você tenta se fazer entender
colocando seu mundo inteiro nas mãos de alguém,
e reza
e confia
tudo aquilo de mais secreto e que mais importa,
naquele ombro em que é o único no mundo no qual você gostaria de colocar a cabeça
e então de repente tudo muda, vira fumaça, não existe, é câmera lenta
e no caos de uma completa confusão, parece fazer sentido.
e ainda fazia,
até agora.

agora já não há esperança,
já não há vingança que se compre,
já não confiança,
já não há amor daí
mas sim daqui.
o tempo todo que me parece enlouquecer.
e há o medo.
e a dor,
de que tudo aquilo em que você depositou seu mundo não fosse um buraco negro em seu coração
que tomou conta a incredulidade e a decepção.

agora há o poço.
e ele é fundo.
tão fundo quando a certeza do talvez
de que eu nunca mais vá parar de gostar de você.
saí de mim para morrer em ti
e agora já nem me reconheço mais.
muito menos teus cabelos vermelhos.
nem naquela primeira em que a vi.
já não te reconheço mais.
pesa.

hoje eu rezo para poder esquecer.
mas não esqueço,
nunca.

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