quarta-feira, 19 de março de 2025

um conto pra virar realidade.

ouvir: monsure - outta my mind. 


coloca uma música na vitrola da sala, tira os sapatos, meias sobre o tapete. abre uma taça de vinho, aproveita e abre os dois botões da sua camisa listrada também, você quer se sentir confortável. você me chamou para sua casa, para conhecer seu mundo particular e resolveu me apresentar aquele seu eu que quase ninguém vê, aquele seu eu relaxado, que há muito tempo deixou de ser. hoje você é.

estou sentada no sofá enquanto te observo e você me diz para sentir a música, fecha os olhos, levanta a cabeça e sorri enquanto dança consigo mesma levantando sua taça sobre aquela meia luz amarela. e é tão bonito te ver assim.

você me segura pela mão e me puxa para você em um convite mudo para que eu adentre sua loucura, seu momento de lazer. não sei porque escolheu se mostrar tanto assim, logo para mim, mas eu aceitei.

estamos rodopiando pela sala enquanto a música não para. já estamos altas daquele vinho e o mundo parece explodir em um caleidoscópio colorido. 

não temos mais horas, não temos mais espaço nem tempo, temos apenas eu e você, dançando sozinhas e uma com a outra, celebrando em um brinde mudo o quão bom é estar aqui. que bom que você me chamou, que bom que eu vim e quis ficar. não quero que a música na vitrola pare de tocar, nem que paremos de dançar, que continuemos rodopiando pela sua sala até cairmos no sofá, derramando um pouco de vinho tinto mas com a boca a centímetros de se tocar, nem ligamos. meus olhos nos seus, descem até seus lábios, o vinho escorre para o chão e eu provo dele em sua boca. 

o mundo gira a nossa volta e tudo é intenso e lento naquela sala enquanto nós nos descobrimos, quero te paralisar em mim, antes que você se mova.


se estava difícil te tirar da minha mente, imagina agora que sei o gosto que você tem… acho que quero me viciar.

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