terça-feira, 15 de novembro de 2016

Na madrugada de um pós feriado.

É incansável essa batida em meu peito que clama por verdades. E vontades. Que clama por chamas de um fogo com ideal feito aqueles atiçados com gasolina. Já não quero mais vazios, já não me contento mais com esmolas, eu quero o tudo e o nada do que podes me dar e quero mais além também. Eu quero tudo. Esse meu peito cansado já não ouve as batidas de corações vivos pela cidade adormecida. Tudo me parece morto e eu mais ainda. Mas eu quero viver! Quero viver ainda que no meu comodismo, ainda que no balanço da rede, ainda que me falte algo para matar a sede, ainda que toda errada e aos tropeços, ainda que verde e nada madura, eu quero é vida. Meus olhos vermelhos e cansados vêem a desilusão de um mundo que não quero viver. Eu sinto demais e quero demais para viver em um mundo de menos, sou profunda demais para algo tão raso. Minhas olheiras pesadas carregam o peso das sombras e de mil escombros das guerras que lutei. Lutei sem saber, sem querer, algumas sem vencer. Eu me sinto perdida em minha luz e escuridão, tecendo caminhos enrolados nas caraminholas de minha cabeça. Vivo encruzilhadas perdidas, tecendo feridas como arame farpado. Às vezes não há sinal de vida. Mas em contrapartida me ressuscito de minhas cinzas feito fênix esquecida, só me resta saber para onde vou. Sigo uma vida inteira buscando as respostas sem saber se as encontro, arrumo essa cela e nesse cavalo arisco que a vida é, eu monto. Ainda que depois me venham os tombos.

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