quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Meu futuro (que nunca houve) com você.

Saí da faculdade reparando que os discos do Cazuza nunca faltam no meu carro. Eu queria que algum deles fosse seu, que você tivesse me emprestado no começo do namoro, meio arranhado coisa e tal. Enfim. Eu os ouço indo ou voltando da faculdade. Você começou a trilhar seu caminho primeiro que eu, né? agora é doutoura, e eu sempre quis ser rockstar. Uma das poucas coisas em nós que nunca combinou.
Em um desses dias imaginei como teriam sido teus dias corridos na universidade. Quantas vezes será que colocaste o riso que antes era tão meu, nas bocas de outros alguéns? Você sabe que isso sempre me causou desespero... E aqui, recostando minha cabeça no banco do carro, eu é que consigo sorrir ao pensar nisso. Eu sempre tive pavor de te perder amor, e olha só aonde estamos... Seria até bonito se não fosse meio trágico. Mas todo grande amor não é amor se não for doído não é mesmo? De repente uma buzina soa lá fora me dispersando de meus devaneios, ligo o carro pensando que podia muito bem ser eu, indo te buscar na aula e quando chegasse, iria tentar tirar a tua atenção de um papo com alguém irrelevante (sempre coloquei defeitos nos outros por puro medo de você encontrar algo melhor que eu). Eu quase consigo te ver gritando "caaaalma aííí" revirando os olhos com um sorriso meio sapeca - a nossa troca de olhares sempre dizia muito, a gente se entendia. A gente poderia ter passado por cada coisa, né? Desde a gente fugindo, a falta de grana pro condicionador, até o sanduíche do Bob's em casa só pra te agradar.
Acontece que desde os meus 19 você me prometeu que tudo iria ficar bem, e eu, agora com meus 20 e poucos anos, ainda espero ficar. E já não importa se será "minha flor, meu bebê" ou "amor meu grande amor" para o mundo ficar mais bonito. De novo.

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