segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Arabella.

Minhas botas sujas de lama mancham calçadas por aí, minhas olheiras tapadas pelo primeiro rayban que eu encontro refletem as noites em claro que passo na boêmia dos bares da cidade. Toca um som dos anos setenta na jukebox de lugar nenhum e minha jaqueta de couro preto com meu jeans rasgado falam por mim. Corações e copos quebrados, o gosto de uísque se misturando ao batom borrado de qualquer moça bonita que se demonstre um pouco mais interessante das que costumo encontrar pelas ruas de nenhum lugar. O cigarro que está em minha boca marcha rumo a fuga da realidade de que preciso, uma pista de dança e a gente fica bem melhor por lá, eu quero tudo que as melhores fodas e amores podem me dar. Quero ficar na boêmia que escolhi viver então capote o camburão, despiste os caras de azul, beba até fazer o mundo girar e me faça acabar a noite no lado certo de uma cama errada e tudo fica bem. Deixo alguém pedindo por mais, me visto dos pés a cabeça e saio para nunca mais voltar. Caminho pelas ruas e abro a porta do primeiro bar da segunda esquina e grito:

- Mais um copo por favor!

Porque ta tudo bem começar tudo de novo.

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