Eu
tenho escrito um bocado sobre você. E sentido também. E pensado.
Tenho feito tanta coisa sobre você que me pergunto em qual será que
foi o momento em que você se entrelaçou em mim, confesso que nem
percebi e quando finalmente o fiz, já estava amarrada em nós tão
bem dados que nem o melhor dos marinheiros conseguiria desatá-los.
Agora
mesmo acabei de ser atingida por uma pequena horda
de lembranças. Algumas que insistem em me visitar vez em quando,
outras que eu
não já nem lembrava mais. E agora eu não sei o que fazer com elas,
acho que por isso resolvi te escrever. De novo. Pra variar.
Talvez
eu devesse começar falando sobre como é doloroso ver em que pé
estamos hoje em dia
em
horas
como essa, em que sou atingida pela lembrança da maneira que você
olhava pra mim. Talvez case bem com a música do novo fenômeno do
Brasil: “o teu jeito de olhar me beijava a noite inteira e eu já
nem sabia como te deixar.” Porque era exatamente assim que eu me
sentia toda vez que você me olhava daquela maneira, com olhos
brilhando, sorriso no rosto, com olhos de amor. Eu juro que sentia
meu coração ir ao estômago e de repente nenhum órgão dentro do
meu corpo parecia estar no lugar. Eu
me sentia beijada. E amada. E
naqueles milésimos de segundos, completa. Era
difícil conseguir segurar o sorriso naqueles dias. E é doloroso ver
em que pé estamos hoje
em dia.
Eu sei, eu sei meu bem, não se deve cobrar afeto
de
ninguém e eu nem te cobro! Mas é que dói sabe? Dói ver cada vez
que você desperdiça sorrisos com quem não sabe apreciar a forma
que sua boca abre despretensiosamente quando dá
um sorriso de verdade ou
quando desperdiça seu tempo com quem não sabe a sorte que é quando
você está ali, logo ao lado. Dói
ver a forma como não sabem apreciar quando é tão raro ter o teu
gostar. Dói
ver a forma como você se desperdiça em amores que não valem o seu
tempo, seu esforço, seu
sentimento, o seu importar.
Dói te ver sempre assim, não parando quieta em algum lugar porque
está ocupada demais tentando não ficar presa dentro de si porque
chegou num ponto onde você gostaria de estar em qualquer lugar que
não fosse em ti porque
dói demais aí também e dói demais me preocupar com isso todo dia.
Dói você no
fundo não
perceber que merece mais.
Você
merece
o aconchego de dividir a cama e um cafuné sem ter que se preocupar
com nada porque a vida – pra variar um pouco – anda tranquila
demais. Merece alguém que enxergue seus desejos e sonhos e que em
cada um deles esteja ali para te impulsionar, e quando você cair, se
jogue no chão e se levante junto com você. Merece noites de
bebedeiras desenfreadas
com
diversão descontrolada porque você só quer isso: ser
tão livre e feliz ao ponto de sentir em cada átomo da sua pele como
é ser completa. E transbordar. E dói mais ainda saber que
eu podia te dar tudo isso. Ou pelo menos tentar.
Mas
nem tudo é recíproco e em dias como esse, onde as lembranças vem
me visitar é que eu tenho que aprender a lidar com tudo o que eu
sinto por
você dentro
de mim, porque amor é ser e deixar ser, e eu quero te ver voar livre
e solta por aí, com teus cabelos ruivos ao vento. Porque
amar é isso, querer ver a pessoa livre e torcer para que ela queira
ser livre junto com você. E eu torço muito. O
tempo todo.
quinta-feira, 9 de setembro de 2021
das coisas que deveriam te mostrar, essa é uma delas.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário