quinta-feira, 9 de setembro de 2021

das coisas que deveriam te mostrar, essa é uma delas.

Eu tenho escrito um bocado sobre você. E sentido também. E pensado. Tenho feito tanta coisa sobre você que me pergunto em qual será que foi o momento em que você se entrelaçou em mim, confesso que nem percebi e quando finalmente o fiz, já estava amarrada em nós tão bem dados que nem o melhor dos marinheiros conseguiria desatá-los. Agora mesmo acabei de ser atingida por uma pequena horda de lembranças. Algumas que insistem em me visitar vez em quando, outras que eu não já nem lembrava mais. E agora eu não sei o que fazer com elas, acho que por isso resolvi te escrever. De novo. Pra variar.
Talvez eu devesse começar falando sobre como é doloroso ver em que pé estamos hoje em dia em horas como essa, em que sou atingida pela lembrança da maneira que você olhava pra mim. Talvez case bem com a música do novo fenômeno do Brasil: “o teu jeito de olhar me beijava a noite inteira e eu já nem sabia como te deixar.” Porque era exatamente assim que eu me sentia toda vez que você me olhava daquela maneira, com olhos brilhando, sorriso no rosto, com olhos de amor. Eu juro que sentia meu coração ir ao estômago e de repente nenhum órgão dentro do meu corpo parecia estar no lugar. Eu me sentia beijada. E amada. E naqueles milésimos de segundos, completa. Era difícil conseguir segurar o sorriso naqueles dias. E é doloroso ver em que pé estamos hoje em dia. Eu sei, eu sei meu bem, não se deve cobrar afeto de ninguém e eu nem te cobro! Mas é que dói sabe? Dói ver cada vez que você desperdiça sorrisos com quem não sabe apreciar a forma que sua boca abre despretensiosamente quando dá um sorriso de verdade ou quando desperdiça seu tempo com quem não sabe a sorte que é quando você está ali, logo ao lado. Dói ver a forma como não sabem apreciar quando é tão raro ter o teu gostar. Dói ver a forma como você se desperdiça em amores que não valem o seu tempo, seu esforço, seu sentimento, o seu importar. Dói te ver sempre assim, não parando quieta em algum lugar porque está ocupada demais tentando não ficar presa dentro de si porque chegou num ponto onde você gostaria de estar em qualquer lugar que não fosse em ti porque dói demais aí também e dói demais me preocupar com isso todo dia. Dói você no fundo não perceber que merece mais.
Você merece o aconchego de dividir a cama e um cafuné sem ter que se preocupar com nada porque a vida – pra variar um pouco – anda tranquila demais. Merece alguém que enxergue seus desejos e sonhos e que em cada um deles esteja ali para te impulsionar, e quando você cair, se jogue no chão e se levante junto com você. Merece noites de bebedeiras desenfreadas com diversão descontrolada porque você só quer isso: ser tão livre e feliz ao ponto de sentir em cada átomo da sua pele como é ser completa. E transbordar. E dói mais ainda saber que eu podia te dar tudo isso. Ou pelo menos tentar. Mas nem tudo é recíproco e em dias como esse, onde as lembranças vem me visitar é que eu tenho que aprender a lidar com tudo o que eu sinto por você dentro de mim, porque amor é ser e deixar ser, e eu quero te ver voar livre e solta por aí, com teus cabelos ruivos ao vento. Porque amar é isso, querer ver a pessoa livre e torcer para que ela queira ser livre junto com você. E eu torço muito. O tempo todo.

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