quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carta.

                                      Rio, 25 de Julho de 2013.

Hey amor, como vai você? Está tudo bem? Espero que sim.

Bem, eu não sabia como começar então resolvi lhe falar sobre o tempo.
O inverno chegou, trazendo com ele um frio que já ha algum tempo não fazia por aqui, um frio no qual o Rio de Janeiro não está acostumado. A noite é a parte do dia onde o vento é mais frio. É aquele frio que corta a pele mas acalma a alma. Eu adoro, você também iria gostar...
Foi em uma noite dessas de inverno que me peguei pensando em ti de novo e em como seria se você estivesse comigo.
Eu provavelmente estaria na tua casa esperando você por os seus filmes preferidos para assistirmos, e enquanto espero observaria com um sorriso de canto cada detalhe teu: desde os pequenos pés até as mãos e os cabelos ruivos que tanto me agradam, - você sabe o tanto que eu gosto deles? Não, acho que não - então, depois de uns dois ou três filmes começaríamos a conversar sobre vários assuntos madrugada adentro: desde o tempo até a forma como eu mexo no cabelo o tempo todo - você iria sorrir com a forma como eu iria tentar me justificar e eu iria sorrir ainda mais por ver você sorrir - e deitaríamos da forma mais aconchegante que pudéssemos enquanto eu acaricio o seu rosto até você dormir. Acordaríamos sem saber se aquilo era real ou um sonho mas com a certeza de que qualquer um dos dois que fosse, gostaríamos que não houvesse fim. Com certeza, seria algo parecido com isso.

Não pude deixar de sorrir ao descrever esta cena. Ah, se tu soubesses como eu gostaria que ela fosse real, assim como todas as outras que imaginei viver contigo. Mas você não sabe. Aliás você não sabe de muita coisa e creio que um dos motivos de lhe escrever esta carta seja este: de que um dia, mesmo que por sorte, você leia e saiba.
Saiba que quando vi sua foto eu me encantei por ti na mesma hora, que quis saber teu nome e sobrenome, aonde você morava e quais eram as suas coisas preferidas. Saiba que arrumei a forma mais descontraída que pude de puxar papo, que quando fui descobrindo cada pedacinho seu que você me mostrou até hoje eu me apaixonei - mesmo sem saber se isso era loucura - que quando ia lhe ver pela primeira vez quase vomitei de tanto nervoso (eu já contei que nunca havia acontecido isso comigo antes? Pois então.) e que assim que te vi tive a certeza de que não era loucura minha. Você era pra mim, só não sabia se eu seria pra você mas isso não me impedia de me imaginar vivendo com você todos os momentos que um dia sonhei viver com alguém e ainda não impede mas confesso que dói um pouco pois sei que não é recíproco.
Comecei essa carta falando do tempo e volto para ele mais uma vez: eu amo o frio. O frio tende a me inspirar, mas nesses últimos dias tenho gostado dele por outros motivos: é que enquanto ele corta minha pele me fazendo pensar em quão frio está fazendo lá fora, me faz esquecer por alguns instantes em como dói saber que todas essas coisas que estou sentindo por você, você está sente por outro alguém.
Talvez você não tenha percebido mas eu lhe dei sinais: sempre arranjei um jeito de puxar papo, falo sobre algo que tenhamos em comum em redes sociais, implico contigo só pra você não se esquecer de mim. Os sinais são vários, pequenos eu sei, mas sempre estão nas entrelinhas, pena você estar ocupada demais prestando atenção nas linhas e entrelinhas de outra pessoa. Talvez a real intenção de estar lhe escrevendo seja esta: ontem me caiu a ficha de que eu não posso lhe ter, que você só ficará na minha mente e que a luta para ganhar-te pode levar meses ou anos e eu nem sei se posso ganhar... Eu sei, talvez eu esteja sendo covarde mas é que eu não sei se aguentaria dizer adeus mais uma vez sem que isso não cause nenhum dano.

Queria que você soubesse que todas essas coisas clichê de TV que um dia sonhou e sonha viver com alguém, eu sonho em viver contigo. Queria que você percebesse que as músicas que você ouve e pensa nela são as mesmas que quando ouço dedico a ti. Queria que você esquecesse dela e passasse a prestar mais atenção em mim. Queria também poder te esquecer, assim não iria ter o que querer lhe contar e não haveria qualquer estrago. Queria ser tua e queria que você fosse minha, mas no momento, vivemos em mundos incrivelmente iguais porém estupidamente distantes: eu vivo no teu mundo, você vive em qualquer outro mundo, menos o meu. Talvez seja melhor assim, talvez não. Um dia a gente descobre, até lá fico guardando cada pedacinho teu que eu conseguir como um amuleto dentro de mim.

Vou te esperar até eu conseguir e espero conseguir inventar o famoso e tão esperado para sempre.

        Com amor, alguém que lhe amará mais do que você jamais saberá.

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