sábado, 6 de julho de 2013

Colecionando Minutos.

Um, dois, três... agora já se passaram quatro minutos. Coleciono minutos até você chegar, mas será que você vem?
O tempo lá fora esfriou avisando que o inverno já chegou. Cinco, seis, sete minutos... Não ouso fumar pois lembro de lhe ouvir dizer que você não gosta do cheiro e só sua presença poderia me acalmar.
Minha memória não para de desenhar teu rosto, de imaginar teu gosto, de desejar ser o teu desejo. Oito, nove, dez mais longos minutos e você ainda não veio. Por que você demora? Te quero já, aqui, agora!
Onde estará você além de aqui, dentro de mim? Eu sei, eu sei, já disseram isso em letras de canções e é clichê dizer isso mas só agora contigo consigo ver todos os clichês fazendo sentido. Perco os sentidos ao pensar em você. Vinte minutos...
Qualquer sopro seu transforma em alegria o meu dia e você, nem se quer imagina. Sem você o café esfria, o cigarro apaga  e o sol não brilha. Trinta minutos.
Nublou-se ainda mais o que já era nublado, ah, como queria o castanho dos teus olhos para colorir o preto-e-branco dos meus dias. Tua ausência me castiga mas você não sabe, vai ver por isso você não veio, vai ver sou eu tentando me enganar. Uma hora...
Acendi a lareira pois o frio aumentou, porém nem a chama mais quente causaria o mesmo efeito que causa quando o teu corpo fica perto do meu, nem a chama mais feroz alcançaria o efeito que o calor das tuas mãos causam quando tocam as minhas. Duas horas.
Me acostumei a te olhar de longe, a te esperar, mesmo sabendo que você não virá mas isso não me impede de sonhar com teus cabelos ruivos todas as noites antes de dormir, todos os dias depois de acordar. Três horas...
Você não veio nos minutos que se transformaram em longas horas, mas lembrar teu cheiro me faz enfrentar o amargo da vida esperando quem sabe um dia, você prestar atenção em mim...

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