sábado, 27 de julho de 2013

Tudo É Vazio.

Era uma tarde de inverno onde o sol resolveu mostrar a cara. Estava com as palavras transbordando dentro de mim, mas a inspiração não ousou aterrizar em minha varanda. É que eu sempre tenho tanto o que dizer que nunca sei por onde começar.
Desejei por um momento não ter o que falar. Ter a cabeça vazia, o coração vazio, a alma vazia, tudo vazio, só para saber como é. Queria não pensar em nada, mas eu penso em tudo o tempo todo.
E o vazio? Ele já não mora dentro de mim? Mora. O vazio mora em cada pedacinho do meu ser, cada partícula de mim e eu não consigo me lembrar de sequer uma vez que não tenha sido assim. O vazio mora em mim. Ou será que sou eu que moro nele?
Tento entender como uma pessoa pode se sentir vazia o tempo todo e ter um turbilhão de coisas pulsando dentro de si. O problema estaria aonde? Acho eu que na verdade, tudo em minha volta é vazio. A aurora e o anoitecer são vazios, as ruas são sempre cheias mas de pessoas vazias e até o céu é uma imensidão de vazio - um vazio lindo por sinal, mas vazio. Tudo é tão cheio, mas tão vazio, inclusive eu. Queria saber quando esse turbilhão de coisas se tornarão sólidas o bastante para deixarem de ser apenas "um peso de papel" na minha vida, talvez assim ela comece a ter algum sentido.
Há tanto para eu dizer, mas quanto mais se tem o que falar mais as palavras lhe faltam. O melhor é calar a boca e ficar com o seu vazio. O problema é que no vazio, cabe um monte de coisa...

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