sábado, 6 de julho de 2013

Piloto Automático.

Acordei com o mesmo velho pijama da semana passada, hoje o dia amanheceu cinzento. É um dia chuvoso e faz frio. Já é julho mas eu ainda posso sentir o cheiro das cinzas de abril. O café está amargo e o cigarro acabou. Faz tempo que eu não bebo e já quase não saio mais de casa. Não leio jornais e na TV as programações são muito banais. Nada de interessante.
Virei rabisco, rascunho, o disco arranhado que não para de tocar sempre a mesma parte do refrão, virei parte da bagunça do quarto bagunçado, virei a chuva que não para de cair, a voz que se cala mas que grita dentro de si, virei o filme que acabou, a música que nunca mais tocou, o alguém que deseja ir embora mas não quer partir, que quer mudar mas não sabe se um dia mudou.
Ando com preguiça de gente, do mundo, de mim. Já nem sei mas quem sou mesmo não sabendo quem eu era e mais um dia se passou.
A noite chegou trazendo um novo luar, quis dançar com as estrelas mas acabei ficando sem par, sonhei a noite inteira e na manhã seguinte acordei querendo realizar mas o dinheiro encurtou, a vida me acomodou e ainda está chovendo. Vesti de novo o meu velho pijama, tomei o mesmo café amargo, liguei a TV, ouvi o noticiário, peguei um jornal e fingi que li. Mais uma vez não vivi.
O tempo lá fora muda, aqui dentro é o mesmo. Vida no piloto automático.

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