domingo, 28 de julho de 2013

Tu.

Creio não saber exatamente de onde você saiu e nem o por quê de ter aparecido mas desde que o fez minha vida tem se tornado uma densa mistura de torturas e sonhos. Troquei minhas certezas por ti. Sonhar se tornou minha realidade e minha realidade és tu. Tu com quem não canso de me imaginar pelos jardins, com teus versos simples, desenhos e canções. Tu que não me canso de querer cuidar e fazer feliz.
Fizeste da minha alma sua morada? Pois se ela fosse tua casa poderias muito bem entrar sem bater, colocar os pés na mesa e pedir a bebida que quiseres. E tu fizeste isto, no mínimo. Só isso explicaria a tua presença. Tu está em cada página amarelada dos livros que leio, em casa estrofe das canções que eu ouço, em cada simples devaneio que tenho, em cada artéria de meu coração... tu está em todo lugar, desde meu despertar até a hora em que faço o chá, sempre és tu. Tu que me despertou do coma do qual andava vivendo, que me fez lembrar que amar pode ser loucura mas que é sempre bom ter um pouco desta loucura pulsando dentro de si. Tu. Tu que eu tanto queria segurar a mão, ser o motivo do pulsar de teu coração, ser o ladrão que roubaste teu pensamento. Tu, que transformou o preto-e-branco dos meus dias em cores, que me fez voltar a sonhar. Tu. E eu. Que pena não ser nós, mas meus dias são teus, e minha boca, e minha alma, e meus sonhos. São meus presente pra ti, faça bom proveito mas se não fizer, guarde-os no canto da prateleira mais bonita de teu coração, pois na minha já habita o sorriso mais lindo que pude encontrar: o teu.

Rainy Day.

O inverno já castiga a cidade, é outro dia chuvoso e outra desculpa para eu me esconder.
Chove aqui dentro, chove lá fora, não sei dizer aonde está mais frio.
Escrevo teu nome na neblina que se forma. Aonde está você agora?
Meu coração chove rios de sangue e o céu está cinza, assim como eu. Aonde está você agora?

Deveria eu ainda me importar?
Você gosta de mim?
Perguntas estúpidas, apenas esqueça!
Eu devo esquecer também.

É mais um dia chuvoso e onde está o sol para espantar a escuridão de dentro?
Ando na chuva para tentar arrastar essa sensação para longe e junto com ela, você. Já que eu não posso lhe ter.
É essa sensação de não saber o que fazer que me mata.
Não, eu não estou me suicidando. As pessoas me matam um pouco mais cada vez mais, e aonde estará você agora? Queria lhe ver mas apenas faça parar de chover.

As nuvens estão formando uma nova tempestade e as tempestades alagam tudo. Me encontro em cada boeira sujo. O que é que eu estou fazendo? Está cada vez mais sombrio aqui sem ter algo pelo o qual viver e acreditar. Estou perdida. Me tire das ruas, me tire do escuro, me tire da chuva. Me salve, agora, já! Apenas me salve. Não me abandone como todo mundo já fez.

O que você está fazendo comigo? O que estão fazendo comigo? O que eu mesma estou fazendo comigo?
Você saberá me dizer? Será que apenas você fará parar de chover? Faça parar de chover então.

Às vezes eu apenas quero que tudo fique devagar, acompanhe o meu passo e que não passe por mim, mas parece que eu já passei do ponto e agora ninguém mais quer saber.
O café que era quente e já esfriou enquanto eu espero a chuva passar. Até agora ela não passou e cadê você para me dizer que tudo isso irá passar?
Você me esquece? Eu não te esqueço.

Meu pequeno coração solitário se partie novamente. Não sei juntar os cacos, são pequenos pedaços, deixe-os ai, um dia vem alguém, alguma coisa e os junta aqui. A faca sempre entra mais fundo e meu pequeno coração solitário se quebra outra vez, mas algum dia ainda vem alguém, alguma coisa e o cura me dando ele inteiro, curado, novamente pra mim.

O sol se foi para nunca mais voltar? Se ele não voltar você me aquece?
Não me deixe congelar pois se você me deixar virarei uma pedra de gelo.
Se o sol não voltar, você me aquece?
Só diga que sim, por favor, só diga que sim.
E finalmente, apareça por aqui.

sábado, 27 de julho de 2013

Nem Liga Guria.

Nem liga guria se eu não conseguir disfarçar, se eu não conseguir dizer que te quero, se eu não conseguir te ligar. É que você me causa medo, e o medo paralisa. Nem liga guria se eu sempre quiser ouvir o som da tua voz, é que de algum jeito ela me encanta e não liga se você inteira me encantar porque já me encanta. Nem liga guria se no teu abraço eu encontrar um lugar para morar - pois foi o seu que tirou a graça de todos os outros. Não liga guria se ao anoitecer eu ficar mais melancólica é que a saudade sempre bate a minha porta. Queria poder te ver toda hora. Não liga se eu não te chamar, pois se eu pudesse gritaria teu nome pro mundo inteiro escutar. Não liga se eu ficar sem voz, é que escrevo todo dia canções pra você. Nem liga se eu não estiver bem, a lembrança do teu olhar me mantém. Nem liga, guria. Não liga se alguém te fizer chorar, para cada lágrima que você derramar um sorriso no teu rosto eu irei colocar, não liga se eu disser que não tem nada pois você sabe, tem tudo e tudo pra mim se tornou você. Nem liga se eu não estiver em paz, eu gosto da bagunça que você faz. Nem liga. Não liga guria se eu não puder te escutar, é que tô arrumando o canto da minha vida que é sou teu. Não liga se eu não fizer sentido, tem mais graça assim. Nem liga se eu não parar de te olhar, é que amo cada parte sua. Guria não liga, guria se liga. Nem liga guria se meu coração for só teu e também não liga se eu começar a me apaixonar pois eu sei que tu já me sacou sem eu precisar falar...

Tudo É Vazio.

Era uma tarde de inverno onde o sol resolveu mostrar a cara. Estava com as palavras transbordando dentro de mim, mas a inspiração não ousou aterrizar em minha varanda. É que eu sempre tenho tanto o que dizer que nunca sei por onde começar.
Desejei por um momento não ter o que falar. Ter a cabeça vazia, o coração vazio, a alma vazia, tudo vazio, só para saber como é. Queria não pensar em nada, mas eu penso em tudo o tempo todo.
E o vazio? Ele já não mora dentro de mim? Mora. O vazio mora em cada pedacinho do meu ser, cada partícula de mim e eu não consigo me lembrar de sequer uma vez que não tenha sido assim. O vazio mora em mim. Ou será que sou eu que moro nele?
Tento entender como uma pessoa pode se sentir vazia o tempo todo e ter um turbilhão de coisas pulsando dentro de si. O problema estaria aonde? Acho eu que na verdade, tudo em minha volta é vazio. A aurora e o anoitecer são vazios, as ruas são sempre cheias mas de pessoas vazias e até o céu é uma imensidão de vazio - um vazio lindo por sinal, mas vazio. Tudo é tão cheio, mas tão vazio, inclusive eu. Queria saber quando esse turbilhão de coisas se tornarão sólidas o bastante para deixarem de ser apenas "um peso de papel" na minha vida, talvez assim ela comece a ter algum sentido.
Há tanto para eu dizer, mas quanto mais se tem o que falar mais as palavras lhe faltam. O melhor é calar a boca e ficar com o seu vazio. O problema é que no vazio, cabe um monte de coisa...

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carta.

                                      Rio, 25 de Julho de 2013.

Hey amor, como vai você? Está tudo bem? Espero que sim.

Bem, eu não sabia como começar então resolvi lhe falar sobre o tempo.
O inverno chegou, trazendo com ele um frio que já ha algum tempo não fazia por aqui, um frio no qual o Rio de Janeiro não está acostumado. A noite é a parte do dia onde o vento é mais frio. É aquele frio que corta a pele mas acalma a alma. Eu adoro, você também iria gostar...
Foi em uma noite dessas de inverno que me peguei pensando em ti de novo e em como seria se você estivesse comigo.
Eu provavelmente estaria na tua casa esperando você por os seus filmes preferidos para assistirmos, e enquanto espero observaria com um sorriso de canto cada detalhe teu: desde os pequenos pés até as mãos e os cabelos ruivos que tanto me agradam, - você sabe o tanto que eu gosto deles? Não, acho que não - então, depois de uns dois ou três filmes começaríamos a conversar sobre vários assuntos madrugada adentro: desde o tempo até a forma como eu mexo no cabelo o tempo todo - você iria sorrir com a forma como eu iria tentar me justificar e eu iria sorrir ainda mais por ver você sorrir - e deitaríamos da forma mais aconchegante que pudéssemos enquanto eu acaricio o seu rosto até você dormir. Acordaríamos sem saber se aquilo era real ou um sonho mas com a certeza de que qualquer um dos dois que fosse, gostaríamos que não houvesse fim. Com certeza, seria algo parecido com isso.

Não pude deixar de sorrir ao descrever esta cena. Ah, se tu soubesses como eu gostaria que ela fosse real, assim como todas as outras que imaginei viver contigo. Mas você não sabe. Aliás você não sabe de muita coisa e creio que um dos motivos de lhe escrever esta carta seja este: de que um dia, mesmo que por sorte, você leia e saiba.
Saiba que quando vi sua foto eu me encantei por ti na mesma hora, que quis saber teu nome e sobrenome, aonde você morava e quais eram as suas coisas preferidas. Saiba que arrumei a forma mais descontraída que pude de puxar papo, que quando fui descobrindo cada pedacinho seu que você me mostrou até hoje eu me apaixonei - mesmo sem saber se isso era loucura - que quando ia lhe ver pela primeira vez quase vomitei de tanto nervoso (eu já contei que nunca havia acontecido isso comigo antes? Pois então.) e que assim que te vi tive a certeza de que não era loucura minha. Você era pra mim, só não sabia se eu seria pra você mas isso não me impedia de me imaginar vivendo com você todos os momentos que um dia sonhei viver com alguém e ainda não impede mas confesso que dói um pouco pois sei que não é recíproco.
Comecei essa carta falando do tempo e volto para ele mais uma vez: eu amo o frio. O frio tende a me inspirar, mas nesses últimos dias tenho gostado dele por outros motivos: é que enquanto ele corta minha pele me fazendo pensar em quão frio está fazendo lá fora, me faz esquecer por alguns instantes em como dói saber que todas essas coisas que estou sentindo por você, você está sente por outro alguém.
Talvez você não tenha percebido mas eu lhe dei sinais: sempre arranjei um jeito de puxar papo, falo sobre algo que tenhamos em comum em redes sociais, implico contigo só pra você não se esquecer de mim. Os sinais são vários, pequenos eu sei, mas sempre estão nas entrelinhas, pena você estar ocupada demais prestando atenção nas linhas e entrelinhas de outra pessoa. Talvez a real intenção de estar lhe escrevendo seja esta: ontem me caiu a ficha de que eu não posso lhe ter, que você só ficará na minha mente e que a luta para ganhar-te pode levar meses ou anos e eu nem sei se posso ganhar... Eu sei, talvez eu esteja sendo covarde mas é que eu não sei se aguentaria dizer adeus mais uma vez sem que isso não cause nenhum dano.

Queria que você soubesse que todas essas coisas clichê de TV que um dia sonhou e sonha viver com alguém, eu sonho em viver contigo. Queria que você percebesse que as músicas que você ouve e pensa nela são as mesmas que quando ouço dedico a ti. Queria que você esquecesse dela e passasse a prestar mais atenção em mim. Queria também poder te esquecer, assim não iria ter o que querer lhe contar e não haveria qualquer estrago. Queria ser tua e queria que você fosse minha, mas no momento, vivemos em mundos incrivelmente iguais porém estupidamente distantes: eu vivo no teu mundo, você vive em qualquer outro mundo, menos o meu. Talvez seja melhor assim, talvez não. Um dia a gente descobre, até lá fico guardando cada pedacinho teu que eu conseguir como um amuleto dentro de mim.

Vou te esperar até eu conseguir e espero conseguir inventar o famoso e tão esperado para sempre.

        Com amor, alguém que lhe amará mais do que você jamais saberá.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Tem?

Os pássaros nos galhos já não cantam a mesma velha canção
O vento já levou as folhas amareladas do outono
O meu coração já se acostumou com as sombras
Todo noite de inverno eu perco o sono
Tem você em todos os lugares,
Tem um pouco de você dentro de mim,
Tem um pouco de você em todo mundo
Tem um pouco de mim dentro de ti?

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Retrocesso Imaginário.

Desci a ladeira da esquina mais silenciosa do bairro com as mãos no bolso do casaco e com o capuz na cabeça. Se fosse em outros tempos eu me preocuparia em andar na rua tão tarde da noite mas hoje eu só precisava de algo que me fizesse fugir um pouco de tudo o que eu conheço, de tudo o que me enche a cabeça no dia-a-dia.
 Andei até meu rosto começar a ficar gelado - efeito do vento frio da noite - e ainda mais um pouco, e mais um pouco até minhas pernas me levarem inconscientemente para um bar qualquer. Bebi até o dinheiro que eu tinha conseguiu pagar. Queria acordar de manhã com uma ressaca para me preocupar e continuei andando de volta pra casa aos tropeços, pensando que pode até ser erro o meu querer você ou ser erro seu não me querer mas que a minha vontade no momento era meio grotesca confesso, eu só queria te chamar pra aquele bar, te puxar pelo braço e dizer que és tu, tu que está o tempo todo comigo: está quando eu abro os olhos ao despertar pela manhã, no vento que entra pela janela e toca o meu rosto, quando eu faço o chá, quando eu respiro, quando eu faço o almoço, quando eu me agasalho numa noite fria, quando encontro um livro bom, quando escuto uma música que fala de amor, quando eu me deito pra dormir, quando eu fecho os olhos, quando eu sonho, quando eu olho a cidade pela varanda. Que és tu, só tu, e te perguntaria o porque de não ser eu pra ti também balançando a cabeça e dizendo que agora aquilo já não importava mais e lhe tascaria o beijo mais apaixonado que eu pudesse dar sem me importar com o que você pudesse fazer ou falar depois. Eu só queria agir. Só isso.
Já passavam das quatro horas da manhã e eu só queria um copo de água e dormir mesmo sabendo do sermão que eu ouviria logo ao acordar. Respirei fundo, abri um sorriso de lado sem vontade, suspirei e abri o portão do meu prédio.
Não que eu estivesse preparada para voltar a vidinha que eu levava todos os dias, mas eu tinha que voltar. A diferença é que hoje eu tinha a desculpa de uma ressaca para me preocupar...

domingo, 14 de julho de 2013

Penso.

Procurei no que pensar mas descobri que eu só sei pensar em você. Penso de manhã, de tarde, de noite, não consigo parar de pensar em você. Você me dominou.
Penso na forma como nos conhecemos, penso no frio na barriga que dá quando eu lhe vejo, penso na forma como nós nos encaixamos no modo de agir, querer e pensar. Penso em como você ri e no modo como você tira e coloca os óculos no rosto toda hora quando está com calor. Penso na tua pele branca, nas tuas mãos tão lindas que eu adoro observar, na cara que faz quando tenta parecer má... Penso na cor do teu batom e em como será o gosto da tua boca, penso nos teus pequenos olhos maus e na forma como eles olham pra mim. Penso em como são os seus dias e com quem você fala, penso no que você viu nela, penso em como deve ser amada por você. Penso no que você me diz e no que não diz também, penso se algum dia você vai gostar de mim, penso em não pensar em você, penso em pensar, penso em esquecer, penso em segurar suas mãos, penso em dormir e acordar com você, penso em como eu quero cuidar de tí, penso em você sorrindo, penso como dever ser lindo ver você dormindo. Penso em viajar contigo, penso em jamais te ver chorar, - a não ser de alegria - penso em morar no teu abraço, penso no teu cheiro, penso em realizar os teus sonhos mais secretos, penso em como te quero... Penso em você. Penso em não pensar, mas já estou pensando em ti de novo.

sábado, 13 de julho de 2013

Sinais.

Se a sinaleira está verde é porque os carros podem passar mas se de repente fica vermelho é a vez dos pedestres passarem. Quem dera se na vida também fosse assim, tudo na base dos sinais. Tudo seria na base do sinal: pra comer, pra dormir, tomar banho, fazer xixi, gostar de alguém... ah, nessa ultima ajudaria bastante, sem dúvida nenhuma!

Se houvesse algum tipo de sinal que mostrasse, identificasse, quando nós gostássemos de alguém, talvez você prestasse mais atenção em mim. Não que a pessoa precisasse corresponder, mas pelo menos já ficava tudo muito bem resolvido, tipo assim: olha eu gosto de você, só pra você saber, tá?
Tá. Mas e depois? Bom, o depois deixa pra depois, o importante é que tudo ficaria mais fácil. Pelo menos pra mim.

É que eu já tentei muita coisa pra ver se você passa a me olhar com outros olhos, mas você não vê. Parece que o seu problema de visão não lhe deixa enxergar mais do que um palmo à sua frente e mesmo eu estando bem perto, você parece não me ver. Ou pelo menos finge não me enxergar.

Talvez, eu não passe de um borrão legal da tua visão. Ah, se você visse que esse borrão gostaria de fazer da tua vida tudo o que você sempre quis. Mas você não enxerga os meus sinais...

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Perguntas.

Eu me pergunto como é ser amada por você.
Eu me pergunto como é fugir de casa.
Eu me pergunto como é voar tão alto.
Eu me pergunto como seria respirar de baixo d'água.

Eu me pergunto se algum dia eu serei boa o suficiente.
Eu me pergunto se algum dia eu saberei dizer adeus.
Eu me pergunto como seria se eu pudesse ler mentes.
Eu me pergunto se existe mais de um Deus.

Eu me pergunto como será o meu futuro.
Eu me pergunto se você estará junto.
Eu me pergunto se um dia seremos imortais.
Eu me pergunto se o mundo um dia será um lugar melhor.

Eu me pergunto como é que eles colocaram um homem na lua.
Eu me pergunto se eu também poderia pisar lá.
Eu me pergunto se algum dia você gostará de mim.
Eu me pergunto se a resposta está no ar.

Eu me pergunto como é o céu.
Eu me pergunto se é verdade que quando nós morremos nós vamos para lá.
Eu me pergunto o que há por trás do horizonte.
Eu me pergunto como seria andar sobre o mar.

Eu me pergunto se eu vejo a vida passar.
Eu me pergunto se eu não sei agir.
Eu me pergunto se eu sei alguma coisa da vida.
Eu me pergunto se o sol vai parar de brilhar.

Eu me pergunto o que vou fazer com a minha vida.
Eu me pergunto se você estará comigo .
Eu me pergunto se você me quer contigo.
Eu me pergunto se algum dia eu saberei lidar.

Eu me pergunto quando é que chegarão as respostas.
Eu me pergunto se eu cansei de perguntar.

domingo, 7 de julho de 2013

Sonho, Realidade ou Confusão? Desabafo.

Me encontrava no escuro do meu quarto fitando o teto e me perguntando no que exatamente eu me tornei. Mas como eu saberia a resposta se creio que nem sei exatamente quem eu era? De certo eu não era uma pessoa tão exausta mentalmente. Vai ver toda essa confusão mental seja a causa da minha mais nova falta de intimidade com as palavras, depois que ela chegou não me abandonou mais e desde então minhas palavras se tornaram tão confusas quanto quem as escreve, mas hoje, hoje eu resolvi tentar encontrar na minha confusão algum consolo - espero conseguir.

Talvez, o que faça o mundo girar seja o medo ou a mágoa. Ou ambas, aliás, o que houve com o mundo? Me perco no tempo tentando decifrar se é ele que está de ponta cabeça, se somos nós que estamos de ponta cabeça ou se sou eu, que nasci totalmente errada. Ainda não descobri. Apenas sei que desperta em mim constantemente uma vontade de revolucionar, mas me pergunto: teria jeito o mundo? 
E da mesma forma que quero revolucionar não sei se realmente quero e se teria forças para fazê-lo, logo eu que sempre vi o mundo com os olhos de quem sonha, de quem acredita... Hoje acorda exausta só pelo fato de acordar e ter que encarar a dura realidade. Às vezes, não tenho coragem de fazer coisa alguma, de mudar as coisas de lugar e fazer dar certo. Embora o comodismo ande querendo me pegar a faísca da chama da revolução ainda queima em meu peito e pulsa em minhas veias. Me encontro em mais um paradoxo perfeito,  inclusive faz tempo que me encontro habitando em um paradoxo constante. Ora quero fazer as coisas diferente, ora o meu desinteresse pelo mundo, as pessoas e seus mesmos assuntos, os mesmo atos de falsa auto-suficiência, as mesma bebidas, as mesmas futilidade e hipocrisias fica cada vez maior. Tudo ao meu redor foi ficando desinteressante, nenhum assunto prende a minha atenção, as coisas andam ficando meio chatas, sentimentalismo barato então...
Parei de tentar agradar e fazer alguma diferença com quem eu achava que valia à pena, nunca gostei de migalhas e parece que isso era tudo o que as pessoas tinham a me oferecer. Mas hoje não, hoje aprendi a me amar e comecei a entender que já era hora de parar de sonhar tanto assim. Não parar de sonhar totalmente, mas encarar o mundo como ele realmente é. Vivia em um mundo de utopia porém foram os sonhos, as utopias, que me fizeram e fazem continuar mas o mundo fora do meu me chama, me grita e obriga a para de imaginar a minha vida de "gente adulta" acordando as seis da manhã para ir trabalhar em algo que jamais imaginei para comprar os cigarros que saciarão momentaneamente minha ansiedade e angustia, minhas jaquetas de couro, pra comprar os ingressos de shows das minhas bandas preferidas e para pagar minhas boates baratas com bebida liberada até eu decidir o que realmente quero fazer e como agir, e assim planejar o meu futuro (Mas eu já não ouvi dizer que não se deve fazer planos?) que não me deixa largar a sensação de que será solitário mas antes só do que mal acompanhado. Cadê a famosa "terra do nunca" Peter Pan me enganou?

Estou crescendo e temo estar crescendo. Gosto de olhar a vida com olhos de criança mas o "mundo adulto" não me deixa ser madura e ser criança ao mesmo tempo - mal sabem eles, que os verdadeiros sábios são justamente as crianças - é muita cobrança. Querem que eu seja como eles, todos tão iguais que andam sempre com pressa, não olham nos olhos e são incapazes de sorrir para estranhos, os mesmos estranhos que passam por eles todos os dias quando se dirigem ao trabalho. Eles que não são confiáveis e não sabem (ou se esqueceram) de como bom comer algodão-doce sentado no banco da praça ou tomar um bom banho de chuva no final da tarde, creio que eles se esqueceram de que felicidade é momento e está nas pequenas coisas, nas coisas mais simples e também creio que estão conseguindo me corromper pois tem dias que já não quero pisar na rua, não quero fazer parte dessa tal sociedade pois ela não me agrada e prefiro ficar sendo quem escreve bobagem porque está apaixonada ou porque "não tem o que fazer da vida" como muitos dizem.

É que eu estou cansada demais (e olha que eu mal comecei a vida). Sei que deveria agradecer por ter uma casa, comida e saúde e que deveria saber que as coisas podem ser muito, mais muito mais difíceis a alguém e eu agradeço. E eu sei, mas mesmo assim ainda me sinto no direito de contestar o mundo. Não morro de frio, de fome ou de doença mas morro toda vez que saio na rua e vejo o lugar cruel que o lugar em que nós vivemos se tornou. Não há mais amor e compaixão, ninguém se interessa mais em coisa alguma que não esteja relacionado a seu própria benefício, todo mundo pisa em todo mundo que é pra comprar o celular mais moderno pra esfregar na cara do "amigo"... A humanidade me apavora, me assombra e enoja. 
"A nossa geração é um murro em ponto de faca" li em algum lugar. Pura verdade.
Viveríamos melhor se  todos vivessem o agora e esquecessem um pouco do futuro.

Às vezes me pego me perguntando se o segredo não seria me arriscar já que estão acostumados a julgar mesmo... Creio ser defeito do ser humano, então pra quê pensar e me prender tanto? Se for pra sentir saudade que sinta, se for pra ser besta que seja, se for pra chorar que chore! O medo paralisa, eu sei, mas não consigo aceitar que me digam o que fazer ou não, o que sentir ou não, o que falar ou não... Se isto é "ser do contra", sou do contra então!
Por mais que eu as vezes eu diga que não, eu ainda insisto no amor e na compaixão, na amizade, nas cartas, nos telegramas, na esperança... Sem eles não somos nada. Se se é loucura? Que seja loucura a minha então, o mundo é dos loucos e "só os loucos sabem" já dizia o velho Chorão.
Eu também sei, tem vezes que nos encontramos cansados demais de lutar, cansados demais para mudar a própria vida quem dirá o mundo e acho que também cansei. Olha o paradoxo aí de novo. É que chega uma hora que essa desordem toda se desorganiza ainda mais e você não sabe arrumar a bagunça pois aonde você vá são sempre as pessoas com seus mesmos pensamentos baratos, com as malas prontas no canto do quarto para ir embora sempre que conseguirem o que querem porque é isso o que elas fazem: causam desordem, conseguem o que querem e vão embora.

Estar conformada é a pior coisa que a gente pode dizer, o certo é nunca se conformar mas nem sempre nós podemos fazer o certo, dói confessar.

Me sinto como a ovelha negra não só da família mas também do mundo.
Sabe, às vezes eu queria ser mais do que três meses pra alguém, às vezes eu queria ser um outono inteiro e quase todas as vezes eu só queria não ser ninguém na vida das pessoas.
Me pergunto se o mundo não é um barco furado onde quase todo mundo perdeu a força para remar. O que ninguém vê é que as vezes mesmo sem saber aonde vai dar nós temos que sair do lugar. Acho que é a hora de sair do lugar, aproveitar para me amar, me cuidar, me proteger... Parar de decorar a vida dos outros e nunca a minha, parar de querer arrumar a bagunça dos outros e esquecer da minha. Agora eu só quero parar.

Ainda quero mudar o mundo, revolucionar, mas agora entendi que pra mudar o mundo eu preciso primeiro me mudar.
Vamos, porque a mudança é grande e é hora de reinventar!

sábado, 6 de julho de 2013

Piloto Automático.

Acordei com o mesmo velho pijama da semana passada, hoje o dia amanheceu cinzento. É um dia chuvoso e faz frio. Já é julho mas eu ainda posso sentir o cheiro das cinzas de abril. O café está amargo e o cigarro acabou. Faz tempo que eu não bebo e já quase não saio mais de casa. Não leio jornais e na TV as programações são muito banais. Nada de interessante.
Virei rabisco, rascunho, o disco arranhado que não para de tocar sempre a mesma parte do refrão, virei parte da bagunça do quarto bagunçado, virei a chuva que não para de cair, a voz que se cala mas que grita dentro de si, virei o filme que acabou, a música que nunca mais tocou, o alguém que deseja ir embora mas não quer partir, que quer mudar mas não sabe se um dia mudou.
Ando com preguiça de gente, do mundo, de mim. Já nem sei mas quem sou mesmo não sabendo quem eu era e mais um dia se passou.
A noite chegou trazendo um novo luar, quis dançar com as estrelas mas acabei ficando sem par, sonhei a noite inteira e na manhã seguinte acordei querendo realizar mas o dinheiro encurtou, a vida me acomodou e ainda está chovendo. Vesti de novo o meu velho pijama, tomei o mesmo café amargo, liguei a TV, ouvi o noticiário, peguei um jornal e fingi que li. Mais uma vez não vivi.
O tempo lá fora muda, aqui dentro é o mesmo. Vida no piloto automático.

Colecionando Minutos.

Um, dois, três... agora já se passaram quatro minutos. Coleciono minutos até você chegar, mas será que você vem?
O tempo lá fora esfriou avisando que o inverno já chegou. Cinco, seis, sete minutos... Não ouso fumar pois lembro de lhe ouvir dizer que você não gosta do cheiro e só sua presença poderia me acalmar.
Minha memória não para de desenhar teu rosto, de imaginar teu gosto, de desejar ser o teu desejo. Oito, nove, dez mais longos minutos e você ainda não veio. Por que você demora? Te quero já, aqui, agora!
Onde estará você além de aqui, dentro de mim? Eu sei, eu sei, já disseram isso em letras de canções e é clichê dizer isso mas só agora contigo consigo ver todos os clichês fazendo sentido. Perco os sentidos ao pensar em você. Vinte minutos...
Qualquer sopro seu transforma em alegria o meu dia e você, nem se quer imagina. Sem você o café esfria, o cigarro apaga  e o sol não brilha. Trinta minutos.
Nublou-se ainda mais o que já era nublado, ah, como queria o castanho dos teus olhos para colorir o preto-e-branco dos meus dias. Tua ausência me castiga mas você não sabe, vai ver por isso você não veio, vai ver sou eu tentando me enganar. Uma hora...
Acendi a lareira pois o frio aumentou, porém nem a chama mais quente causaria o mesmo efeito que causa quando o teu corpo fica perto do meu, nem a chama mais feroz alcançaria o efeito que o calor das tuas mãos causam quando tocam as minhas. Duas horas.
Me acostumei a te olhar de longe, a te esperar, mesmo sabendo que você não virá mas isso não me impede de sonhar com teus cabelos ruivos todas as noites antes de dormir, todos os dias depois de acordar. Três horas...
Você não veio nos minutos que se transformaram em longas horas, mas lembrar teu cheiro me faz enfrentar o amargo da vida esperando quem sabe um dia, você prestar atenção em mim...