quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Ciclo Sem Fim.

Os pulsos cortados encharcam de vermelho a folha que antes era branca e tu vomita tuas dores ali. Tinhas esperança de que a lâmina levasse toda dor embora e tudo passasse. Não passa, eu sei. Nada faz passar e você grita. Grita em silêncio, sozinha, trancada no seu quarto com uma música triste tocando no rádio. Mas ninguém te escuta porque ninguém quer realmente te escutar e você chora. E a noite se vai assim, nesse ciclo vicioso de dor sem fim, então cansada de tanto sentir, sangrar e chorar, você adormece sem perceber.
Amanhece e a luz do sol entra pela janela iluminando seu rosto. Você acorda mas não abre os olhos, fica remoendo os acontecimentos da noite passada e desejando estar em qualquer outro lugar. Você deseja ter alívio mas quando abre os olhos vê que há novas feridas ao lado das nem tão antigas cicatrizes. E suspira com tristeza. Um ciclo vicioso de dor que parece não ter fim. Mas você deseja que tenha, com cada pedacinho do seu ser mesmo que não tenha coragem para fazer isso acontecer.
Você deseja que a mágica existisse e que tudo se resolvesse com ela, mas como não existe, você levanta, escova os dentes e veste alguma jaqueta velha mesmo com um calor de 30 graus lá fora. Qualquer coisa para que não vejam as suas novas - e antigas - marcas. Você abre a porta do seu quarto, toma fôlego, sorri seu sorriso mais falso e vai fingir que você é quem queria ser, esperando a hora de poder voltar pro seu quarto e fazer tudo novamente.

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