quarta-feira, 23 de abril de 2014

Minha Nova Velha Casa.

Fica o completo vazio após o tchau e o botão do piloto automático se liga outra vez. Você fica estático sem saber o que pensar ou dizer. Se desliga do mundo e fica no mudo. De volta a escuridão.
Você faz o que tem que fazer, leva a vida medíocre que tem que levar e já não lhe interessa mudar essa situação. Seus dias correm como correnteza preparando a enchente que vai te levar para o fundo do poço. De novo. E você nem liga, já que é apenas lá onde encontrará algum tipo de conforto.
O mundo te vira às costas e você vai embora sem olhar pra trás. Coloca uma mochila nas costas e segue teu rumo. Teu rumo que é perdido por aí em todo lugar e em lugar nenhum. Você volta a ser o velho alguém qualquer sendo um qualquer. E você não liga. Não importa passado, presente ou futuro, só o corte em teu peito que vai te sugando os dias como um vampiro que suga o sangue de suas vítimas.
O mundo se transforma numa linha tênue entre câmera lenta e super velocidade. Ou é barulho ou silêncio demais e pra você já não há diferença. Sua vida se tornou cinza assim como as nuvens do céu de dezembro que sempre fazem chover. Acontece um temporal dentro de você e ninguém vê.
Você se torna invisível e passa a viver pelos cantos imundos dos becos escuros daquele fundo de poço que você está de novo.
A alegria da tua vida some. Tudo volta a ser tristeza e solidão. Você faz as malas e vê, que não importa o que aconteça, o fundo do poço sempre será a tua velha casa.

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