terça-feira, 20 de maio de 2014

Dia 21 de todo mês.

Essa história de que o tempo cura tudo: pura lorota, picuinha, blá blá blá. O tempo não cura nada, ele ameniza. Talvez e muito talvez. Ameniza mas deixa la, guardadinho e intocável. Não se passou tanto tempo assim mas pra mim já faz uma eternidade desde que você se foi. Os dias tem sido um inferno, com um vazio enorme. Um vazio enorme cheio de coisas. Cheio de lembranças, sentimentos, sensações... cheio de você. Parece bobeira mas tudo é tão cheio de ti que quase não existe mais espaço pra mim. Pena você não notar, não ligar, não sacar.  Eu não te julgo, não te culpo nem te condeno. Te desejo sorte. Toda a sorte, porque meu bem, você me trouxe sorte também. Por um período bem menor do que eu gostaria, é verdade, mas trouxe. E eu amei cada instante intensamente. É triste que tenhamos chegado a esse ponto, ou melhor: a esses pontos. Dois, pra ser mais exata. Dois pontos um longe do outro. Um aí, e outro aqui. Um mundo de coisas e pessoas entre eles. Antes eles planejavam ser um só e ficar juntos. Agora eu já não sei. Parece que não.
Não, não é o fim. O fim só acontece quando duas ou mais partes querem, e eu, sinceramente, não quero. Eu não sei como foi a sua vida antes mas nem todos são iguais e se eu chego na vida de alguém é pra ficar. Fins não estão incluídos enquanto houver sentimento. E há, acredite. Pelo menos em uma das partes e ha suficiente para mais partes também. Se quiser é só chegar! Mas não me adiantaria falar os milhares de motivos para isso. Nunca iriam mesmo entender. Eu devo ser alguma espécie em extinção incrivelmente incompreensível ou o lado B que ninguém conta, e vai ver seja por esses mesmos motivos que certas frases suas ficam ecoando na minha cabeça como um martelo que bate com força em um prego. Eu não consigo entender. Ah meu bem, se tu soubesses como o meu tango se transformou num carnaval depois que você passou por mim, talvez você me entendesse.
Eu ainda penso em você. O tempo todo o tempo inteiro. Eu ainda quero estar do teu lado, eu ainda não quero que você coloque alguém no meu lugar, eu ainda quero ser quem você queira procurar e ser quem mexa com a sua cabeça, mas qual era mesmo o meu lugar em tua vida? Eu acho que prefiro não saber (pois sim, eu sei lidar com tudo nessa vida ao contrário do que você pensa. Só não sei lidar com a morte. Ou a falta de sentimento). O que eu sei é que na minha só tem lugar pra você e se você não o ocupa, tudo o que fica é apenas breu. Mas você sabe, eu adoro maximizar tudo e no entanto, eu poderia maximizar o meu amor em milhões de universos que você não iria notar. Acho que você pensa que eu te coloco num pedestal maior que você, mas você se engana. Sei dos teus defeitos. Quer ver? Você tem medo. E por isso você costuma achar algum defeito em tudo ou em você e ai, você passa a não enxergar  as coisas (ou algumas delas) como elas são. Deixa eu te contar um segredo? Eu também sou assim. Eu já inventei, enxerguei, criei, que não sou quase nada pra ti, que você já seguiu em frente adeus goodbye. Já tive medo e quis fugir, assim como você. Já diz as mesmas coisas que você fez e condena. Eu não sou tão boa ou idiota quanto você ou alguém possa pensar. Talvez seja isso, talvez não. Talvez tudo, talvez nada. É triste que eu tenha te causado tanto mal sem saber se tudo o que eu queria era o teu bem. O nosso bem (é muito ruim eu ainda pensar no "nosso"?).
Você nunca me levou tão a sério né? Mas tudo bem. Mesmo. Nos dias de hoje eu sei que é difícil acreditar que exista alguém como eu, eu mesma acredito não acreditando. Mas eu nunca menti nem me equivoquei em tudo o que eu te disse, embora você e os outros possam pensar assim. Especialmente sobre hoje. Hoje. Dia 21. O nosso dia. Não, eu não esqueci. Eu não costumo esquecer. Será que você vai lembrar?
Eu vou seguindo meus passos, aos tropeços, meio tortos, porque eu sei que embora a gente não deva desistir, as vezes chega uma hora que a ente não pode fazer mais nada. Mas eu espero que ainda possa ser feita muita coisa pra mim e pra você. Por você e por mim. Teu nome ta tatuado no meu peito e ele é Esperanza. A gente precisa de algo no que acreditar e eu acredito na esperança (queria que você acreditasse nela também). E acredito no dia 21 de todo mês, de março em diante, porque ainda que você me esqueça, eu vou me lembrar de você enquanto eu respirar. E vou lembrar com um sorriso no rosto. Um sorriso e aquele-tal-sentimento-forte-e-bom-que-eu-já-tanto-te-falei.
A vida se dividiu no antes e depois de você Esperanza. E a vida no depois sem dúvida alguma é mais bonita. Mas eu queria que o depois nunca chegasse é sedado não chegou, porque ainda parece que você está aqui, no durante. Por isso eu queria que você ainda estivesse aqui, queria que você não escolhesse partir, queria ter sido o suficiente pra te fazer querer ficar.
Mas voa Esperanza, que o mundo é teu lar e aonde quer que você esteja, eu vou estar aqui sempre que você procurar. E mesmo com tantas outras trilhares de coisas a dizer: feliz dia 21 de todo mês minha flor, meu bebê...

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