sábado, 21 de junho de 2014

Dia 21 de todo mês (II)

Oi amor. Vou te contar uns segredos está bem? Acho que a data pede alguns...
Mesmo depois de você ir embora, eu deixei tudo exatamente no mesmo lugar. Eu não apaguei nossas conversas nas redes sociais, muito menos as nossas fotos. Sua voz ainda permanece naqueles áudios e os registros das suas ligações ainda estão naquele meu aparelho de comunicação preto. Eu ainda uso seu amuleto só porque é seu (sim, ele ainda é) e me pergunto se você ainda usa - ou se já usou - o meu. Teu perfume ainda está em algum canto do meu armário (acho que é por isso que não consigo mais arrumá-lo). Tudo está como você deixou. Só não ouço as mesmas músicas, dá dor demais no peito e eu já tenho que me virar com as outras dores que sua ausência dá. É dor demais. Eu já não acredito mais nas coisas, nas pessoas nem em nada. Eu só vou levando como dá. Mas enfim, eu também já não sou mais capaz de ouvir Legião, porque você sabe: pra mim sempre será cedo, cedo demais amor... Mas de vez em quando, o nosso rei de bandana sussurra "minha flor, meu bebê" em meus ouvidos de algum lugar, e um misto de alegria com tristeza se forma em meu peito. E eu choro. Primeiro de alegria por ter tido a chance de ter te conhecido, depois de dor por você ter partido e então logo depois, eu quero dançar um Bete Balanço, mas você não está mais aqui  pra dançar a sua terceira música favorita. E então eu choro de novo. Eu também nem ouso pisar nunca mais - e eu disse nunca mais mesmo - naquele museu. Aquele lugar é só seu, não tem sentido ir sem ti. Sua presença emana de todo lugar. Será que você vai conseguir entender nas estrelinhas tudo o que eu quero dizer? E ah! Paris se transformou no meu mundo, sabia? Mas Paris é um lugar tão vazio sem você. O resto do mundo também.

Ah, se você soubesse o tanto de coisa pequenina (ou grandes) que sei e que guardo, talvez você voltasse. Ou talvez você entendesse. Eu sempre quis que você entendesse... Ainda quero. Mas não faz mais sentido não é mesmo? Pois é.
Hoje seriam três meses. Amanhã dois da sua partida e sexta-feira um mês do seu silêncio. Eu sei de tudo amor, eu guardo tudo. Mas eu entendi: talvez esse não seja o nosso tempo, talvez o nosso tempo nunca chegue ou talvez nosso tempo demore a chegar, e não pense que por saber disso já não dói porque dói e muito, mas hoje eu sei e tento sobreviver, porque viver, eu já nem sei mais... Queria que você soubesse que não é maximização, obsessão ou qualquer outra coisa que queira falar. É só amor. Não tem complicação. Eu amo você e te acho tão bonita. Sempre achei. Sei que vou lembrar de todo dia 21 e que se um dia eu conseguir começar a viver, quando eu olhar pra trás e te ver em minhas doces lembranças, eu vou sorrir. Vou me perguntar onde será que você está e pensar que a gente podia ter sido tudo e muito feliz juntas. Vou lembrar daquele dia na sua faculdade que nunca aconteceu e aí então, eu vou querer te encontrar, mesmo que seja só pra te dar uma boa olhada e dizer: foi bom te ver de novo.
Eu sei, você nunca acreditou, mas você sempre vai ser o meu amor. E eu espero que um dia você volte pra minha vida porque não há mais vida sem você.
Feliz dia 21 de novo meu amor. Espero que você esteja com uma flor na mão...

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