quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Ventania.

É noite de quinta-feira e há uma ventania lá fora. Parece que o vento varre tudo, incluindo tudo de dentro de mim. Esse tal tudo se perde num espaço de tempo por aí. E eu o vejo dançando junto as folhas das árvores rodopiando, brincando de pega-pega, apostando quem voa mais rápido. Esse tudo é carregado de você. O vento trouxe de volta o teu rosto, o teu gosto e a sensação boa que era saber que do outro lado da cidade você estava no teu quarto toda noite pensando em mim. Mas o vento é traiçoeiro, quando finalmente decidi aceitar que você escolheu trilhar seu caminho longe de mim e que está bem assim, ele me traz de volta você. Não que você tivesse ido embora - você sempre esteve aqui, e há de ficar por muito tempo - mas às vezes chega uma hora em que simplesmente temos que aceitar quem nos quer ou não nas suas vidas. Você não me quis. Você teve os seus motivos, que eu não sei se compreendo, mas isso não muda os fatos. Você me deixou quando disse que nunca o faria. Não há culpados, tudo bem.
Além de tudo o que eu nunca deixei de sentir, sobrou saudade. Uma saudade tão carregada de você, cheia dos sonhos que eu tinha pra nós, cheia da minha vontade de te fazer feliz, cheia das tuas promessas, dos teus textos de amor, dos teus olhos de ressaca... Até hoje me pergunto como você pôde esquecer. Talvez um dia o vento me traga a resposta. Enquanto isso vejo tudo o que há dentro de mim que sempre é tão cheio de você rodopiar leve por aí... Depois desses meses é bom poder respirar nem que seja por um momento. A ventania sempre foi dentro de mim, desde aquele dia terrível de abril. E tem sido um tormento.
Sinto sua falta amor, mas enquanto espero o dia que os ventos te tragam de volta pra mim, fecho os olhos e deixo meus cabelos brincarem com o vento...
Continuo esperando.

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