sábado, 7 de setembro de 2013

O Que Nunca Passa.

Sei que preciso escrever. Encher pautas e folhas em branco com minhas linhas tortas até a mão começar a doer, mas ainda não sei o que é. Ou não entendi. Ou ainda não consegui.  Há tanto dentro de mim que não consigo verbalizar... Então eu fumo, deito, olho pro teto, ouço música, vejo o céu pela janela, leio, durmo, bebo, enlouqueço. E te vejo um pouco mais dentro de minha memória. Confesso, tento esquecer teu rosto, teu riso frouxo, teus olhos castanhos a me fitar, teu cheiro bom... E não consigo. No fundo, eu não quero esquecer, mas sei que preciso. Eu me afastei eu sei, mas faria alguma diferença se eu te contasse? Contasse que queria preencher minha vida escura com as tuas cores, que ficaria imensamente feliz em tentar ao menos curar tuas dores e que quero participar dos teus dias desde o amanhecer até quando você se deitar? Não, não faria. Nunca faz. E eu já sei disso, já sou macaco velho e sei que isso não iria funcionar. Então fico aqui, com a  cerveja barata escondida na geladeira, com meus cigarros velhos, com os livros empoeirados na estante, com a insônia que insiste em me perseguir, com o café que não bebo, com o chá que ameniza o frio, com a tristeza que o fim de tarde trás, com as palavras que eu não consigo dizer e com você, que provavelmente, nunca irei ter.

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