segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Rock'n'roll baby.

Certo dia eu acordei e decidi deixar você de lado. Nem que fosse só por um dia, nem que fosse só por hoje. Certo dia eu acordei e decidi não deixar a dor me consumir, eu decidi ir viver.
É um dia nublado e eu estou no banco de uma praça qualquer mexendo a cabeça e os pés conforme a música que o cara aqui do lado está tocando atrás de alguns trocados. 1975. Caminho pela cidade cinza sentindo o vento frio no rosto. Paro em alguns bares, bebo algumas doses e deixo o desamor por lá mesmo. A cabeça gira e é tão mais fácil sorrir agora e sorrir é tão bom! Me sinto ligada do 505 volts. E continuo andando. Então eu corro. Corro para todos os lugares e para lugar nenhum. Corro para onde der, gritando e sorrindo sem me importar em escutar o que as pessoas ao redor estão à falar. Então eu paro e tomo fôlego. Recomeço a caminhada. Já está escurecendo e entre esquinas e vielas paro em uma onde há uma fila enorme para o show de uma banda de rock qualquer. Tipo o cenário de um livro que eu já li, e decido me misturar nela. Várias pessoas vestindo preto da cabeça aos pés estão ali e eu sou uma delas. Me abraçam como a um irmão e me convidam para cantar. Me junto a eles e cantamos, sorrimos uns para os outros mesmo sendo estranhos, passamos garrafas de cerveja de mão-em-mão, de boca-em-boca e gritamos: "VIVA AO ROCK'N'ROLL. É ROCK'N'ROLL BABY".
Larguei em casa o blues que cantava todo dia a minha dor e saí por aí. Não pensei em nada além de deixar a dor por um momento e tentar ser feliz, me sentir feliz. Só por hoje. Nem que seja só por hoje... e eu só fui indo onde a vida me levou. E ela me trouxe até aqui: no meio de um bando de estranhos que me fizeram sorri de novo. Descobri que a felicidade está nos pequenos momentos que ninguém vê e eu decidi abrir os olhos para enxergá-la. E cá estou eu, aproveitando-aporque a vida baby, a vida é rock'n'roll...

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